Mundo

Colômbia coordena com oposição da Venezuela a entrega de ajuda humanitária à Cruz Vermelha

None

A Colômbia anunciou hoje que vários embaixadores designados pelo autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, vão reunir-se em território colombiano, para tratar da ajuda humanitária que desde fevereiro último está armazenada em Cúcuta.

“No sábado [27 de abril], vão reunir-se na Colômbia os embaixadores de Juan Guaidó e eu terei a honra de instalar essa reunião”, disse o ministro colombiano das Relações Exteriores, Carlos Holmes Trujillo, durante uma conferência de imprensa em Bogotá, capital colombiana.

O ministro precisou que a Cruz Vermelha Internacional foi contactada para receber essa ajuda humanitária que tem como destino a Venezuela, mas não indicou onde e a que horas está prevista a reunião.

Na conferência de imprensa, o ministro abordou, entre outros assuntos, a última reunião do Grupo de Lima.

Segundo o ministro, o Grupo de Lima apelou ao “secretário-geral das Nações Unidas e ao Conselho de Segurança da ONU para tomar decisões” de forma “a evitar a progressiva deterioração da paz e da segurança” na Venezuela” e “prestar assistência humanitária urgente” à população.

“A Venezuela é uma ameaça para a paz e a segurança internacional devido às atividades do regime ditatorial e usurpador de Maduro [Nicolás Maduro, Presidente do país]”, disse Carlos Holmes, insistindo que deve haver uma transição de governo e eleições livres no vizinho país.

O Grupo de Lima, composto pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Guiana e Santa Lucia, foi criado em 2017, quando a Venezuela foi palco de violentas manifestações, que causaram 125 mortos.

Em janeiro último, os países do Grupo de Lima, exceto o México, decidem assinar uma declaração não reconhecendo o segundo mandato presidencial de Nicolás Maduro.

Em 23 de fevereiro, a oposição venezuelana tentou, sem sucesso, fazer entrar, por terra, ajuda humanitária que tinha sido doada por vários países e que se encontra num centro de acolhimento na cidade colombiana de Cúcuta.

A Venezuela passa atualmente por uma crise política, económica e social, que se tem agravado nos últimos tempos e que forçou três milhões de cidadãos a abandonar o país.

O Presidente do país autorizou, no final de março, pela primeira vez, a entrada de ajuda humanitária internacional, coordenada com o seu Governo.