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Boris Johnson admite negociar acordos com países para evitar quarentena no Reino Unido

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admitiu hoje negociar acordos com outros países para ficarem isentos da quarentena de duas semanas que o Reino Unido vai impor a partir de 08 de junho a todos que cheguem do estrangeiro.

Questionado durante uma audição parlamentar, Johnson admitiu essa possibilidade durante a reavaliação da medida prevista para após três semanas, a 29 de junho.

“Sim, queremos garantir que usamos a reavaliação após as três semanas para sermos sensatos. Queremos reduzir o R [índice de infecção] o máximo possível neste país e ter um sistema de quarentena o mais sensato possível e manter fluxos o mais generosos possíveis”, afirmou.

O chefe do governo britânico disse que será necessário “chegar a acordo com esses países”, mas com a condição de que o Reino Unido consiga avançar no combate à doença e que existem provas de que os países em causa estão ao mesmo nível.

O Reino Unido é actualmente o segundo país com o maior número de mortes, atrás dos EUA, tendo registado 37.048 óbitos e 267.240 casos de contágio, segundo o balanço de hoje do Ministério da Saúde britânico.

Em Portugal, morreram 1.356 pessoas das 31.292 confirmadas como infectadas, e há 18.349 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A partir de 08 de junho, o governo britânico vai obrigar todas as pessoas, incluindo britânicos e residentes no Reino Unido, que cheguem ao país por via aérea, marítima ou ferroviária a permanecer isoladas durante 14 dias para reduzir a probabilidade de infecção.

As transgressões serão puníveis com multas de mil libras (1.100 euros), estando isentas pessoas vindas da Irlanda, motoristas de transportes de mercadorias, médicos que estejam envolvidos no combate à pandemia de covid-19 e trabalhadores agrícolas sazonais.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, revelou no sábado à Rádio Renascença que o Governo está a negociar um corredor turístico o Reino Unido, à semelhança do que está a ser feito com Espanha e França para permitir a passagem de emigrantes portugueses.

“Portugal tem todo o interesse em que a retoma gradual do turismo, que esperamos que comece já este verão, conte, também, com aquele que é o primeiro mercado de origem dos turistas estrangeiros em Portugal, que é o Reino Unido. É esse trabalho que agora vai ser feito a nível diplomático e político”, revelou.

O Reino Unido é o principal mercado emissor de turistas para Portugal, tendo representado 19,2% das dormidas de estrangeiros em 2019.

O instituto de estatísticas britânico ONS calcula que 3,3 milhões de britânicos tenham visitado Portugal em 2019, que é o nono país mais popular dos turistas do Reino Unido, cuja lista é liderada pela Espanha (18 milhões) e França (10 milhões).

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