Madeira

“Política desportiva contribuiu para o desenvolvimento da Região”

None

O secretário regional de Educação, Jorge Carvalho, foi um dos oradores no segundo dia de trabalhos da XXX Sessão Anual da Academia Olímpica de Portugal (AOP), que decorre desde sexta-feira no auditório da Reitoria da Universidade da Madeira (Colégio dos Jesuítas).

Desafiado a abordar ‘O Atleta Olímpico e a Política Regional para o Desporto’, o governante dividiu a sua intervenção em três capítulos: Desporto e Autonomia, Política Desportiva Regional e Atletas Olímpicos Madeirenses.

Num primeiro momento, descreveu a realidade desportiva madeirense até ao 25 de Abril de 1974, onde a competição regional era incipiente, observava-se uma quase inexistência de infra-estruturas, o enquadramento técnico era débil, o financiamento residual e havia um número reduzido de praticantes federados (então cerca de 700, agora 17 mil aproximadamente).

“Com a autonomia de 1976 foi assumido, desde o início, que a prática desportiva era uma forma não só de afirmar a própria autonomia como de desenvolvimento das populações”, vincou Jorge Carvalho, enquadrando como primeiras medidas autonómicas o apoio à competição desportiva nacional, a formação inicial de recursos humanos, a construção de infra-estruturas, a promoção das actividades desportivas e financiamento às entidades desportivas.

No segundo capítulo da sua intervenção, o secretário regional referiu-se às “apostas na formação e educação da juventude, na promoção do bem-estar das populações e na afirmação da Região (também) pelo desporto, contextualizadas em três eixos: infra-estruturas, financiamento e recursos humanos”.

Nas infra-estruturas, a estratégia passou pela gestão partilhada das instalações escolares e pela aposta na construção de infra-estruturas concelhias e locais, bem como de instalações de referência, de que é exemplo o complexo de piscinas da Penteada, realçou Jorge Carvalho.

O investimento nos recursos humanos implicou uma política integrada de formação de agentes desportivos, o apoio a projectos de alto rendimento e uma política de destacamentos. “Foi uma decisão estratégica de longo alcance; não tenho dúvidas de que este processo de destacamento de técnicos devidamente habilitados, contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento do desporto regional e, principalmente, do potencial dos nossos atletas”, destacou o secretário, referindo-se aos cerca de cem profissionais de educação física e desporto afectos ao movimento associativo e aos clubes.

No que toca ao financiamento, “visou equipar os clubes e associações na organização e desenvolvimento de competição, o apoio à competição desportiva regional, nacional e internacional, à alta competição, ao desporto para todos e à manutenção do desporto escolar, sem esquecer os apoios à preparação olímpica, aos praticantes de elevado potencial, a técnicos e outros recursos humanos, a associações e clubes”, referiu.

Na terceira parte da sua exposição, o titular da pasta da Educação historiou a participação madeirense em Jogos Olímpicos, desde Sebastião Herédia, em Amesterdão 1928, até ao trio formado por João Rodrigues, David Fernandes e Marcos Freitas no Rio de Janeiro 2016, sem esquecer os diversos treinadores, técnicos e árbitros também envolvidos naqueles eventos, bem como os atletas e treinadores paralímpicos.

“Não temos dúvidas de que a política desportiva que se seguiu não só contribuiu para o desenvolvimento da Região Autónoma da Madeira mas, acima de tudo, criou condições para a sua afirmação, quer no território nacional, quer a nível internacional, tendo hoje atletas, técnicos e dirigentes que são referências internacionais. Associando a importância da prática desportiva e os valores e princípios que a mesma encerra, demos um grande contributo para que os cidadãos da Região pudessem usufruir daquilo que qualquer sociedade desenvolvida hoje em dia tem oportunidade de beneficiar”, concluiu o secretário regional.

A XXX Sessão Anual da AOP, entidade integrada no Comité Olímpico de Portugal (COP), termina este domingo.