Madeira

BE atribui “falhada integração europeia” da “interesses dos mercados (dos ricos)”

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O Bloco de Esquerda promoveu, esta sexta-feira (12 de Abril), uma tertúlia sobre ‘A democracia amanhã’. O debate, que se realizou no Espaço Paulo Martins, no Funchal, contou com o poeta e escritor, Miguel Santos, e a artesã e activista dos direitos das mulheres, Joana Martins, como convidados. Coube a Rui Ferrão, o candidato do BE-Madeira às europeias, moderar a sessão.

“A democracia está em perigo, governos autoritários têm subido ao poder (na Venezuela, Turquia, Brasil, EUA) e revelam apetência para controlar imprensa e poder judicial - os alicerces duma sociedade livre e plural. Na UE isso também acontece a extrema-direita ganha força, são dez os Governos com participação da extrema-direita e nada se faz, nas instituições europeias perante os ataques aos direitos e liberdades A falhada integração europeia tornou-se ela própria uma ameaça para a democracia e os direitos que a compõem”, introduziu Rui Ferrão.

Para o bloquista o fracasso do projecto europeu fica a dever-se à sobreposição dos “interesses dos mercados (dos ricos)” à “cooperação, a paz e a coesão”.

“A ameaça de sanções e a ingerência são exemplos da pouca democracia da UE. A regra é a lei do mais forte, as regras orçamentais (que se aplicam apenas aos países pequenos, pois a França é a França), a pressão para privatizar ou concessionar os cortes nos serviços públicos, a flexibilização (para desproteger) as relações de trabalho, anulam as nossas escolhas. Traduzem a submissão de uma agenda ideológica ultraliberal nunca sufragada”, aponta o candidato do BE.

Rui Ferrão dá como ‘maus’ exemplos os casos dos CTT, da PT, das ligações aéreas. A seu ver “não é a eficiência económica que está em causa, é uma transferência de poder dos governos eleitos para as mãos de privados”. “Quando tudo for privatizado os governos nada mandam, as eleições para nada servirão e democracia estará morta”, acrescenta.

O bloquista sublinhou ainda a importância das eleições europeias. “A Europa pode parecer distante, mas as suas directivas determinam as nossas vidas. Importa eleger mais eurodeputados (do Bloco de Esquerda) que defendam os interesses de todos, de quem vive do trabalho e não os que defendem o Bloco central dos grandes interesses económicos instalados – PS, PSD e CDS”, apelou o candidato.