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Desporto

Cancelamento do futebol não-profissional divide emblemas históricos

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O cancelamento dos campeonatos seniores não-profissionais da temporada 2019/20, devido à pandemia de covid-19, divide alguns clubes históricos que já estiveram entre a ‘elite’ do futebol nacional e que agora disputavam o Campeonato de Portugal (CP).

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou hoje o final das provas seniores não profissionais de futebol e futsal da época 2019/20, que já se encontravam suspensas e que vão encerrar sem vencedores.

A decisão da FPF, justificada pela indefinição do regresso das competições, em consequência do novo coronavírus, foi do agrado do Beira-Mar, sexto classificado da Série C do CP, a cinco pontos do segundo, que daria acesso ao ‘play-off’ de promoção à II Liga portuguesa e que era ocupado pelo Benfica de Castelo Branco, quando faltavam disputar nove jornadas.

“Mais importante do que os resultados desportivos, e a competição, é a saúde da comunidade. Dar continuidade a uma prova que está interrompida há semanas, em que os atletas já perderam o ritmo competitivo e ainda não se vê luz ao fundo do túnel para a vida voltar ao normal, seria esquecer a verdade desportiva”, afirmou o presidente adjunto dos aveirenses , Afonso Miranda, em declarações divulgadas no site oficial do clube.

O Beira-Mar, que conta com 27 participações na divisão principal do futebol nacional, a última das quais em 2012/13, além de ter arrecadado uma Taça de Portugal (1998/99), defende que esta é mesmo uma “oportunidade para a FPF alterar” o atual modelo competitivo do CP.

Em contraste, o Alverca, terceiro colocado da Série D, a três pontos dos lugares de ‘play-off’, exteriorizou o seu desagrado, também através de uma nota no site oficial, considerando que a decisão da FPF é “extemporânea e atentatória da verdade desportiva”, e poderá “criar uma situação de insustentabilidade económica em alguns clubes”.

“Será que a FPF pensou no impacto económico que a sua decisão terá na manutenção de muitos destes postos de trabalho”, questionam os ribatejanos, que somaram cinco presenças na I Liga, entre 1998 e 2004, e outras tantas na II Liga, e que esta época eliminaram o Sporting da Taça de Portugal.

O Alverca, que esta temporada seguia no encalço dos líderes da Série D do CP, Olhanense e Real Massamá, lamenta que a FPF não esteja a “defender os clubes com maior número de pontos no CP” e não lhes dê “uma hipótese de concretizar, em campo, o grande objetivo da temporada”.

Já o Sporting de Espinho, que detinha o terceiro lugar da Série B, atrás de Arouca e Lusitânia de Lourosa, salientou, em comunicado, que todos no clube “estavam fortemente motivados para cumprir os nove jogos em falta” e “convencidos” de que iriam “disputar novamente a subida à II Liga”.

Perante o cancelamento do CP, os ‘tigres’ - que contam com 11 participações na divisão maior do futebol nacional, a derradeira em 1996/97 - ficam agora a aguardar por “mais esclarecimentos sobre esta decisão, que podem passar por uma reformulação das provas nacionais”.

Os campeonatos seniores não profissionais de futebol e futsal da época 2019/20 foram hoje cancelados pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), devido à pandemia de covid-19, sendo que o organismo anunciou “dar por concluídas, sem vencedores, todas as suas competições seniores que se encontram nesta data suspensas, não sendo atribuídos títulos nem aplicado o regime de subidas e descidas”.

As competições profissionais, I Liga e II Liga, continuam suspensas, após 24 das 34 jornadas, bem como a Taça de Portugal, que tem Benfica e FC Porto como finalistas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 86 mil. Dos casos de infeção, cerca de 280 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia. O continente europeu é, neste momento, o mais atingido, com mais de 772 mil infetados e mais de 61 mil mortos.

Em Portugal, que está em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 17 de abril, registaram-se 380 mortes (mais 35 do que na véspera) e 13.141 casos de infeções confirmadas (mais 699), segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.

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