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Candidaturas ao prémio literário John Dos Passos abertas até 24 de Abril

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Conforme havia noticiado o DIÁRIO, no mês de Março, a Madeira retomou este ano o Prémio John Dos Passos, no valor de 7.500 euros. As candidaturas ao concurso, na modalidade de Ensaio Histórico ou Literário, estão abertas até 24 de Abril.

A abertura deste concurso, anunciada no mês passado pelo Governo Regional, decorre no âmbito das comemorações dos 600 anos da descoberta das ilhas da Madeira e do Porto Santo, numa da Secretaria Regional do Turismo e Cultura e da Direcção Regional de Cultura.

O objectivo do Prémio é homenagear a memória do escritor John Dos Passos, autor de “Manhattan Transfer”, e das suas “ancestrais ligações à Madeira”.

O galardão John Dos Passos premeia bienalmente, e de forma alternada, uma obra publicada em território nacional e em língua portuguesa, com registo internacional de identificação (ISBN, na sigla original em inglês) nas modalidades Literária, para prosa de ficção (romance ou antologia de contos) e de ensaio, no âmbito histórico ou literário.

De acordo com o Regulamento, que pode ser pode ser consultado online, apenas serão consideradas obras de autoria única - e não em coautoria -, publicadas no biénio anterior ao ano a que respeita o concurso, e apenas um título por autor.

As obras a concurso deverão ser enviadas por correio registado, com aviso de recepção, e em número de quatro exemplares no prazo estabelecido, até 24 de Abril 2019, acompanhadas de carta de proposta, e para o endereço Prémio John Dos Passos, Rua dos Ferreiros 165, 9004 - 520, Funchal.

Na resolução que instituiu de novo o prémio, publicada em 19 de Março, o executivo madeirense recordou que o seu programa apela à “definição de políticas culturais que contribuam, de forma dinâmica, para a preservação e divulgação das heranças patrimoniais (em termos materiais e imateriais) que definem a identidade histórico-cultural dos madeirenses”.

Instituído em 2007, pelo município da Ponta do Sol, em homenagem ao escritor norte-americano John Dos Passos, descendente de portugueses da região, o prémio foi atribuído apenas três vezes, tendo sido premiados “O Acidente”, de Mário Cabral, na 1.ª edição, em 2007, na modalidade Prosa de Ficção; a “História Contemporânea de Portugal. Do 25 de Abril à Atualidade”, de António José Telo, na 2.ª edição, em 2009, na modalidade Ensaio Histórico ou Ensaio Literário; e “Jerusalém”, de Mia Couto, na 3.ª Edição, em 2011, na modalidade Prosa de Ficção.

Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, em 1896, John Dos Passos é um dos expoentes do modernismo norte-americano, a par de E.E. Cummings, com quem privou.

Estreou-se nas letras com “One Man’s Initiation”, em 1919, ganhou o reconhecimento da crítica com “Manhattan Transfer” (1925), e distinguiu-se com a trilogia “U.S.A.” (”Paralelo 42”, “1919”, “Dinheiro Graúdo”), obra publicada durante a Grande Depressão, ao longo da década de 1930 (1930-1936), que marcou a expressão da literatura norte-americana, em termos estilísticos e formais.

Escreveu igualmente “Aventuras de um Jovem”, “Três Soldados”, “Fadado para Vencer”, “Oriente Expresso” e ainda, entre outras obras, “Três Séculos de Expansão e Descobrimentos”, em que abordou a expansão marítima portuguesa.

As raízes de John Dos Passos na vila da Ponta do Sol, na Madeira, remontam a um avô que cedo emigrou para os Estados Unidos da América. O concelho da Ponta do Sol inaugurou o Centro Cultural John Dos Passos, em 20 de setembro de 2004.

De acordo com a informação disponibilizada no sítio da internet da câmara local, “Jonh Dos Passos visitou a ilha da Madeira, em criança, acompanhado pelo seu pai (1905) e, mais tarde, em 1960, voltou a visitar as suas raízes, desta feita acompanhado pela mulher, Elizabeth Hamlin Dos Passos, e a filha Lucy Dos Passos Coggin”, tendo sido “recebidos por familiares e autoridades locais”.

John Dos Passos morreu em Baltimore, nos Estados Unidos, em 1970, aos 74 anos.