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A cidade e o futuro

Imagine um Funchal em que entra num meio de transporte coletivo moderno, com um mapa da rede disposto de forma clara, que permite ligar destinos de forma rápida e eficiente e em que até é possível pagar com contactless (como em qualquer outra cidade europeia). Esse transporte integra uma verdadeira rede que interliga a região, evitando que se gaste tempo e dinheiro com o carro. A utilização de rent-a-car é regulada evitando os engarrafamentos e o estacionamento abusivo.

Considere uma cidade em que a polícia municipal é uma realidade, libertando meios para ações em que a dissuasão pela força policial é verdadeiramente necessária. Uma cidade em que até pode ser implementada uma estratégia de “Bairros Seguros”, semelhante à boa política que o Partido Socialista executou a nível nacional com o “Escola Segura”.

Uma cidade em que a habitação pública é mesmo uma prioridade, em que a execução das verbas do PRR se concretizou na realidade, em que os projetos habitacionais desenhados desde a antiga coligação Confiança finalmente são implementados no terreno.

Uma urbe em que a utilização dos meios digitais e a desmaterialização de processos é uma prática corrente, sem que ter de ir constantemente aos balcões fazer prova (nomeadamente de fé). Onde lhe é tão possível perceber se existem constrangimentos ao trânsito (da mesma forma como vê o estado da praia) através de um sistema de videotrânsito. Onde existe uma aposta séria na produção de energia renovável, com um programa de “bairros solares”.

Escolas que são modernizadas por ação da junta de freguesia (como o PS fez, e bem, em São Martinho, com os quadros digitais, fruto de orçamentos participativos que importa retomar). Parques infantis com equipamentos atualizados, bem mantidos e com proteção aos elementos atmosféricos (seja sol ou chuva).

Caminhos e zonas verdes limpos e bem mantidos, numa cidade em que os meios se complementam e não ficam penosamente a aguardar pela ação do IHM.

Uma junta de freguesia que presta apoio social de forma completamente altruísta (em consonância com o dever público), sendo implementado um sistema complementar para áreas deficitárias como na saúde mental, nos cuidados dentários e nos rastreios médicos.

Tudo isto pode ser realidade, estando dependente apenas do voto. Trata-se de ação política como ela tem de ser, procurando sempre fazer pelo melhor. Não depende de outrem, não tem arranjinhos, nem é escrita por alguém que dependa da política. Não precisa de ofender ninguém, nem de inventar ameaças externas, ou inimigos. Não é utopia, é a concretização executiva, planeada, pensada e positiva, que sabe que, como na citação de Bernard Shaw popularizada por John Kennedy: “Alguns homens veem as coisas como são e dizem: ‘Porquê?’ Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo: ‘Porque não?’”