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Gaza

Neste momento, para além da guerra na Ucrânia, um dos temas mais relevantes e com maior peso na agenda internacional é a escalada do conflito em Gaza que envolve, não só a intensificação dos ataques e o cerco militar israelita, mas também pressões diplomáticas crescentes por um cessar-fogo e acusações de violações de direitos humanos.

A situação envolve múltiplos actores internacionais, incluindo ONU, EUA, países árabes e europeus. Levanta questões jurídicas e humanitárias – debates sobre direito internacional, crimes de guerra e ajuda humanitária.

Tem repercussões políticas e económicas: influência nas relações internacionais, mercados energéticos e segurança global.

É um tema que desperta atenção e debate em diferentes públicos e ideologias.

Além da dimensão militar e política, há vários tópicos relevantes como, nomeadamente, a crise humanitária e a ajuda internacional, os relatos de ataques a comboios de socorro e restrições à entrada de alimentos e medicamentos. O deslocamento forçado e destruição de infraestruturas obrigando mais de 100 mil palestinianos a ser deslocados, após bombardeios, com escolas, hospitais e edifícios da ONU atingidos.

A ofensiva tem como foco forçar a evacuação da Cidade de Gaza, mas muitos dos cerca de 1 milhão de residentes relutam em se deslocar devido à desconfiança em relação à segurança das áreas designadas como “seguras”, como al-Mawasi.

Denúncias de ataques contra civis e instalações protegidas, e debate sobre mudanças demográficas ou territoriais na Faixa de Gaza têm mobilizado a opinião pública e, inclusivamente, o Direito internacional com acusações de crimes de guerra.

O conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza continua a escalar, com repercussões regionais e internacionais cada vez mais intensas.

Israel tem adoptado uma estratégia agressiva de bombardeamentos a edifícios altos na Cidade de Gaza, destruindo-os, consecutivamente, durante vários dias. O objectivo declarado é eliminar infraestruturas usadas pelo Hamas antes de uma possível entrada terrestre.

Desde o início da guerra, mais de 64 mil palestinianos morreram, incluindo centenas por fome, segundo autoridades locais, situação que é negada por Israel.

Ambos os lados têm recorrido a narrativas e propaganda, com acusações mútuas de desinformação e manipulação mediática o que torna difícil, ao cidadão comum, ter uma opinião devidamente informada.

Nos últimos dias, em apenas 72 horas, Israel atacou seis países: Catar, Líbano, Síria, Tunísia, Iémen e Gaza. Israel realizou bombardeios em Sanaa e na província de al-Jawf, no Yemen, durante operações contra infraestrutura dos Houthis — grupo apoiado pelo Irão — que têm atacado navios no Mar Vermelho e lançado “drones” e mísseis contra Israel em apoio aos palestinianos.

Houve dezenas de vítimas nesses ataques. O ataque mais controverso, porém, foi em Doha, onde uma delegação do Hamas discutia um cessar-fogo mediado pelos EUA.

O ataque ao Catar enfraqueceu as negociações de paz e atraiu críticas internacionais. O Catar acusou Israel de “terrorismo de Estado” e violação da soberania.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, criticou duramente Israel pela condução do conflito, especialmente pelo uso da fome como arma de guerra, e propôs sanções e suspensão de acordos comerciais com Telavive.

O conflito também está a afectar iniciativas de paz em países como a Alemanha, onde projectos inter-religiosos estão a ruir devido à polarização causada pela guerra.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, comparou os ataques do Hamas em 2023 ao 11 de Setembro nos EUA, justificando as acções militares como sendo de legítima defesa.

Especialistas internacionais apontam que, apesar das victorias militares, Israel enfrenta pressão internacional crescente para encerrar o conflito. Até ao presente, porém, nenhuma das partes parece ter interesse em terminar com o confronto.