Governo que não governe
Nós somos um dos mais velhinhos países da Europa. No nosso “palmarés” temos coisas maravilhosas.
Mas não vamos perder tempo a falar (escrever) dos tempos das conquistas e das descobertas, porque isso já toda a gente está farta de saber.
Falemos do Portugal dos tempos mais modernos e de continuarmos a ter grandes cérebros, de prosseguirmos na senda de outras conquistas.
Também não vamos fazer comparações, porque não é justo, nem comparável, mas não podemos deixar de realçar as conquistas que obtemos nos dias de hoje.
No desporto, por exemplo, para além de no futebol termos “o melhor jogador do mundo” e a nível de seleção e clubes conquistarmos alguns títulos e ter excelentes participações em competições internacionais, contamos com as modalidades amadoras, onde arrecadamos medalhas de ouro, prata e bronze que, modéstia à parte, devem fazer inveja a outros maiores e mais poderosos países do mundo.
E em todas as outras áreas, desde as artes à literatura, passando pela tecnologia, engenharia e outras mais, temos compatriotas de enorme e reconhecido valor.
Mas como não há moça sem senão, temos as nossas fraquezas e uma das principais está relacionada com a política.
Nesta área, sinceramente, temos tido profundas desilusões, mas acreditamos que, não é por falta de capacidades, mas sim das pessoas não estarem nos lugares certos.
Contudo, achamos que, haverá um modo de alterar esta situação e mostrarmos ao mundo que, afinal, neste capítulo, não somos aquilo que pensam de nós, temos também enormes figuras de relevo na política... só que estão na OPOSIÇÃO!
É exatamente na OPOSIÇÃO onde habitam os nossos cérebros mais lúcidos, as pessoas mais capazes, mais resolutas, determinantes, perspicazes, sabedoras, ao ponto de terem solução para os variados problemas que o País enfrenta.
E esta verdade indesmentível, não é de hoje, nem de ontem, é de todos os tempos.
As funções governativas parecem retirar aos nossos políticos capacidade de pensar de agir, de atuar com discernimento e determinação em prol do País e do seu povo.
Quando deixam as funções de governo e “caem” para a OPOSIÇÃO e se juntam a outros que já lá estão, ei-los de posse de todas as suas faculdades mentais, a manifestarem o seu saber, os seus conhecimentos, a mostrarem que, afinal, são competentes, são as pessoas certas para governar Portugal.
Tudo isto é estranho, mas é verdade. Daí sugerirmos de que o nosso País deveria tomar uma decisão que, pode parecer paradoxal, absurda, inédita no mundo, mas que seria de uma utilidade extraordinária para todos nós.
Nas próximas Eleições Legislativas o partido que as vencesse formava governo, mas não governava. Essa patriótica tarefa ficaria entregue à OPOSIÇÃO.
O Governo eleito ficava, por exemplo, com as “pastas” das viagens à volta do mundo, em visita aos nossos emigrantes ou de cortesia aos países amigos, das Comemorações, das Inaugurações, entre outras coisas adentro deste teor que o País assinala com brilhantismo e festeja com alegria ao longo do ano.
Governar, repetimos, era com a OPOSIÇÃO!
Deveríamos aproveitar esta ideia, digamos, espantosa, fenomenal, a ver se passaríamos a ser um País de certezas, não de promessas, sempre adiado.
Juvenal Pereira