DNOTICIAS.PT
Artigos

PSD e PS traem a farda!

As Forças de Segurança portuguesas — sejam elas a PSP, a GNR, a Autoridade Marítima ou os serviços de informações — não são uma formalidade do Estado, nem um adereço protocolar para dias de cerimónia. São, muito pelo contrário, a espinha dorsal da ordem pública, o garante da estabilidade nacional e a expressão concreta de uma soberania que se quer respeitada. Quando um agente patrulha as ruas, quando um guarda vigia as vias de transporte ou quando um comando executa uma missão crítica, está a realizar um acto de afirmação patriótica, pelo que a sua presença representa mais do que segurança. Representa – sim – a civilização contra barbárie, a lei contra desordem e o país contra dissolução. Sem eles, Portugal não é uma Nação. É apenas um espaço geográfico vulnerável a tudo e a todos.

Apesar desta missão absolutamente vital, as Forças de Segurança têm sido alvo de décadas de negligência activa por parte dos sucessivos governos do PS e do PSD. Sob o disfarce de discursos vazios, declarações pontuais e condecorações inúteis, estes homens e mulheres têm sido deliberadamente desprezados e reduzidos a salários miseráveis, condições de trabalho degradantes, equipamentos ultrapassados, carreiras estagnadas e uma invisibilidade política que é tanto mais grave quanto mais necessária é a sua acção no terreno. Ao mesmo tempo, promoveu-se, vergonhosamente, uma cultura que não apenas ignora as Forças de Segurança, mas que as humilha e que as expõe. Nessa linha, substituiu-se o respeito institucional por desconfiança, a autoridade por relativismo moral e a imperativa protecção dos agentes pela preocupação desmedida com os criminosos, os marginais e os ‘coitadinhos da vida’. Como pode ser facilmente constatado, os sucessivos governos demonstraram estar mais empenhados em criar políticas para proteger vadios e delinquentes do que em reforçar a dignidade de quem arrisca a vida.

Os efeitos desta política suicida estão hoje à vista de todos e atingiram um ponto de ruptura inaceitável, incluindo agentes espancados com brutalidade em serviço, oficiais esfaqueados em plena via pública, elementos mortos em operações sem que se ouça uma palavra de indignação por parte dos altos responsáveis do Estado, esquadras invadidas por ratos e percevejos e patrulhas que circulam em viaturas a cair aos pedaços, sem munições ou equipamentos de protecção adequados. Mais grave ainda, uma realidade muitas vezes silenciada, mas devastadora, nomeadamente as taxas de divórcio e de suicídio nas Forças de Segurança, que são muito superiores às da sociedade em geral, sinal inequívoco do abandono psicológico, social e institucional a que estão sujeitos.

Num país minimamente sério, isto bastaria para gerar reformas profundas e imediatas. Mas, Portugal, governado alternadamente por dois partidos que não passam de duas faces da mesmíssima moeda, tem sido tudo menos sério. Pelo contrário, a República continua a tratar os seus guardiões com desprezo, como se fossem um mal necessário em vez de um bem essencial. Por isso, é claro que, enquanto não houver uma mudança de paradigma que devolva às Forças de Segurança o lugar de honra que merecem, continuaremos a viver num território desgovernado, onde a autoridade está capturada, a violência banalizada e o Estado refém da sua própria fraqueza. Portugal só se reencontrará como Nação quando tratar com dignidade quem o defende. Até lá, continuará a ser, nas palavras mais verdadeiras, um manicómio a céu aberto, mantido à deriva por partidos sem coragem e sem vergonha.