Boas notícias para os pensionistas
Suplemento extra para pensões até 1.567,50 euros custará cerca de 400 milhões de euros
O Presidente da República promulgou, hoje, o diploma do Governo da República que prevê a atribuição de um suplemento extraordinário para as pensões até aos 1.567,50 euros. O pagamento deste suplemento acontecerá em Setembro, coincidindo com a redução das tabelas de retenção na fonte com retroactivos a Janeiro. ‘Brinde’ duplo para os pensionistas.
O suplemento extraordinário para pensionistas será pago em Setembro deste ano, e terá o valor de 200 euros para as pensões até 522,50 euros, de 150 euros para as pensões entre 522,50 euros e os 1.045 euros e será de 100 euros para todas as pensões entre 1.045 e 1.567,50 euros, tal como anunciado pelo primeiro-ministro durante o debate do Estado da Nação, na quinta-feira.
Estão abrangidos por este suplemento os pensionistas da Segurança Social, da Caixa Geral de Aposentações (CGA) e do sector bancário, num universo de dois milhões e 300 mil pensionistas. A atribuição deste suplemento, cujo diploma foi aprovado esta sexta-feira e já foi promulgado pelo Presidente da República, tem moldes semelhantes ao atribuído em 2024, que custou 422 milhões de euros.
Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, também esta sexta-feira, o ministro das Finanças avançou que o suplemento custará cerca de 400 milhões de euros. Ainda assim, garante Miranda Sarmento que não compromete as contas públicas, com uma situação orçamental “robusta”. “Preferimos este mecanismo de redistribuição a um aumento permanente de pensões porque gera despesa estrutural rígida”, apontou.
Joaquim Miranda Sarmento confirmou, também, que o suplemento não estará sujeito a retenção na fonte no IRS, isto é, o valor líquido a receber por cada pensionista corresponderá ao valor bruto. No entanto, para o cálculo final do IRS, o montante irá contar como rendimento, somando-se aos restantes valores para a aplicação das taxas de IRS.
Este suplemento, tal como todos os rendimentos de todas as fontes, é depois englobado para efeitos de IRS, isso não poderia deixar de ser assim. Não terá, no entanto, retenção na fonte. Também porque grande parte destes pensionistas, dado seu nível baixo de pensões, não paga IRS, portanto, entendemos isentar de retenções na fonte este suplemento. Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento
Os reformados com pensões até 1.567,50 euros mensais brutos vão ter direito a ‘brinde’ duplo em Setembro, tendo em conta que o pagamento do suplemento extraordinário coincide com a redução do IRS que se irá reflectir já na descida das tabelas de retenção na fonte com efeitos retroactivos a Janeiro.
Na prática, o cheque chega aos bolsos dos pensionistas da Segurança Social no dia 8 de Setembro, aos beneficiários da CGA a 19 de Setembro, e o alívio dos descontos para a Autoridade Tributária a partir de Agosto far-se-á sentir em Setembro, caso o mecanismo da retroactividade seja igual ao do ano passado, ou seja, com impacto de forma faseada em dois meses, Agosto e Setembro, e com eventuais acertos até ao final do ano, caso seja necessário.
Durante o debate sobre o Estado da Nação, no Parlamento da República, o primeiro-ministro referiu que, tendo em conta o impacto do ano passado, cerca de 60% dos dois milhões e 300 mil pensionistas que tiveram direito ao suplemento dizem respeito ao primeiro escalão, isto é, os que auferem prestacções até 522,50 euros.
Em média, dentro desse escalão, esta prestação suplementar tem uma equivalência próxima ao valor de meia pensão, visto que abaixo dos 522,50 euros a pensão media anda à volta dos 400 euros; no escalão seguinte, entre 522,50 e 1.045 euros, corresponde a 20% e, no terceiro escalão, entre 1.045 e 1.567,50 euros, a 8% do valor, o que mostra a progressividade da medida. Primeiro-ministro, Luís Montenegro
A descida do IRS, proposta pelo Governo e viabilizada pela Assembleia da República, determina reduções do imposto entre 0,40 e 0,60 pontos percentuais (p.p.) até ao 8.º escalão de rendimentos. Em concreto, a taxa do primeiro escalão vai descer de 13% para 12,5%, a do segundo de 16,5% para 16%, a do terceiro de 22% para 21,5%, a do quarto de 25% para 24,4%, a do quinto de 32% para 31,4%, a do sexto de 35,5% para 34,9%, a do sétimo de 43,5% para 43,1% e, por último, a do oitavo de 45% para 44,6%. A taxa do último escalão de rendimentos continua nos 48%.
Simulações apresentadas pelo Governo mostram que esta nova descida do IRS vai fazer subir o salário líquido entre 2 e 15 euros por mês. O efeito na descida dos descontos para a Autoridade Tributária com retroactivos a Janeiro será repercutido já no próximo mês. “Na segunda-feira, vamos publicar as novas tabelas de retenção na fonte para, a partir de agosto, os contribuintes sentirem essa nova diminuição das taxas do imposto”, indicou o primeiro-ministro.