Excluídas de programa por maus-tratos a criança num ATL em Santo Amaro
Duas jovens do programa ‘Jovem em Formação’ foram afastadas após publicação de vídeo polémico
Secretaria garante que, em mais de 30 anos, nunca teve conhecimento nem queixas de uma situação semelhante
Uma criança de sete anos foi vítima de maus-tratos por uma jovem em formação num ATL do Funchal, um programa do Governo inserido na Direcção Regional de Juventude.
O caso aconteceu no Polo Comunitário da SociohabitaFunchal (SHF), em Santo Amaro e foi filmado por outra colega em formação.
O vídeo do sucedido foi partilhado nas redes sociais e está a gerar uma onda de indignação por parte dos madeirenses e de pais que lamentam “tamanha crueldade”.
“Isto é a prova de que já não podemos ir trabalhar e ficar descansados. Pagamos para fazerem isto aos nossos filhos. É um espelho para muitos pais, pois, com certeza, que como este existem outros casos semelhantes por trás das câmaras”, disse uma mãe, pedindo mais fiscalização por parte dos responsáveis.
O DIÁRIO desfocou as imagens para salvaguardar a identidade dos envolvidos. No vídeo podemos ver a jovem a arrastar a criança por uma perna para a casa-de-banho, a gritar ao ouvido da menor, enquanto outra jovem em formação filmou o momento e ‘vangloriou-se’ da situação.
Câmara solicitou cancelamento do estágio
Ao DIÁRIO, a Empresa Municipal Sociohabitafunchal confirmou que quando teve do conhecimento sucedido realizou uma averiguação interna para apuramento dos factos.
Confirmou também que “a situação, inaceitável e que de modo algum corresponde ao que são as práticas diárias e relações existentes entre os intervenientes dos Ateliês da SHF, sucedeu no Polo Comunitário da Sociohabitafunchal – Santo Amaro entre uma das monitoras do ATL de Verão e uma criança residente no complexo habitacional a frequentar o ATL”.
Deste modo, a jovem foi advertida pela gestora de bairro e, “por se considerar que este tipo comportamentos não são aceitáveis, tendo, ademais, a jovem estagiária demonstrado falta de maturidade e responsabilidade para o desempenho das suas funções, comunicou-se e solicitou-se à Direcção Regional de Juventude o cancelamento do seu programa dos jovens em formação”.
Jovens excluídas do programa
Já a Secretaria Regional de Inclusão, Trabalho e Juventude confirmou que determinou a exclusão das duas jovens do programa ‘Jovem em Formação’, em cumprimento do artigo 18.º do regulamento.
A secretaria garante que, em mais de 30 anos, nunca teve conhecimento nem queixas de uma situação semelhante e lamenta o sucedido.
Lembra ainda que, nos termos do artigo 16.º do regulamento do ‘Programa Jovem em Formação’, “constituem deveres das entidades de acolhimento, nomeadamente, assegurar o acompanhamento pedagógico permanente do jovem, durante o desempenho da actividade, orientando-o nas diversas tarefas de modo a contribuir para a sua integração e formação”.
“Compete, igualmente, à entidade de acolhimento informar a Direcção Regional de Juventude (DRJ) da ocorrência de situações anómalas, que possam pôr em causa a integridade física ou psíquica dos jovens colocados, bem como o incumprimento dos deveres vertidos no citado regulamento. Neste cômputo, a DRJ pode cessar a respectiva colocação, caso a entidade de acolhimento não cumpra com as obrigações expendidas no regulamento”, acrescenta.
De referir que este ano 5.686 jovens concorreram a 4.096 vagas abertas em 15 programas dinamizados pela Direcção Regional de Juventude (DRJ), revelou em Maio a Secretaria Regional de Inclusão, Trabalho e Juventude.
Entre os mais procurados estão o ‘Jovem em Formação’, que visa promover a ocupação dos tempos livres através de actividades formativas, com 2.683 candidatos, e o ‘Estágios de Verão’ com 1.241 candidatos.
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