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E agora? É agora?

Chegados a junho de 2025 é o momento de perguntar: E agora? É agora que começa 2025?

Julgo que as questões são oportunas dados os tempos atípicos da nossa vida coletiva tanto a nível nacional como regional desde 2020, ie, desde a pandemia, passando pelas eleições legislativas nacionais “extraordinárias” de 2022, de 2024 e de 2025 e as regionais “antecipadas” de 2024 e de 2025.

Efetivamente foram muitos os constrangimentos sentidos e a politiquice – não a política – e as manobras ocultas de instrumentalização da justiça sobrepuseram-se ao interesse coletivo. Se a isto acrescentarmos o assalto ao poder pelos socialistas e pela extrema esquerda no final de 2015, e o arrastamento destas forças políticas no governo nacional durante 8 anos onde apresentaram uma total inabilidade para gerir o País e para o projetar para o futuro, conseguimos perceber que, efetivamente, foram criadas as condições perfeitas para uma situação difícil que urge ser resolvida.

Normalmente, a cada ano civil novo, esperamos que se renove a esperança e a capacidade de trabalho, de concretização e de superação, mas em 2025, isso só se fará sentir a partir de agora.

A nível nacional a Assembleia da República já está em funções e o governo do Sr. Dr. Luís Montenegro agora empossado, poderá recomeçar o seu trabalho e assegurar a tão necessária reforma do Estado. Há tanto, tanto, tanto por fazer e o que há a fazer, pelas condições de governabilidade atingidas, exigirá tempo, trabalho, foco, capacidade de diálogo e resiliência. Que se comece o quanto antes.

Na Madeira, e dado que as eleições se realizaram anteriormente, já estamos a poucos dias da discussão do orçamento do corrente ano na Assembleia Legislativa da Madeira e de libertarmo-nos das amarras do regime excecional dos duodécimos e daquele debatezinho sobre o que se pode e não se pode fazer nessas circunstâncias.

A estabilidade política – um bem essencial para o desenvolvimento social e económico – é uma realidade na Madeira e espero que, à semelhança de outros momentos da sua história, o PSD consiga concretizar o seu ambicioso programa de governo e assegurar o crescimento económico e a coesão social preconizados na doutrina social-democrata e no orçamento para o corrente ano. Que assim seja.

Não há tempo a perder pois os sinais externos de instabilidade são muitos e vão desde a guerra na Ucrânia, ao conflito israelo-palestiniano, à nova liderança política dos Estados Unidos da América e a perturbação que se começa a sentir no comércio internacional que já originou contrações nas estimativas de crescimento de muitos países, à disputa por minerais críticos essenciais aos modelos atuais de produção mundial, e ao preço da energia na Europa e outras consequências das ambições europeias no domínio das alterações climáticas.

No entretanto, e complementarmente, há que preparar as eleições autárquicas, aquelas que asseguram a verdadeira política de proximidade, e que, felizmente, se concretizarão no momento adequado. Espero que a Social Democracia consiga impor os seus projetos, pessoas e ideais e que as demais forças políticas saibam respeitar o normal funcionamento da democracia, deixem-se de esquemas ocultos e de denúncias vãs, e consigam debater o que mais interessa às populações, ie, propostas concretas para a resolução dos problemas que existem e que são sempre muitos. Estamos todos cansados de politiquice e já percebemos que não podemos continuar assim. Dito isto, julgo que é agora…