“Trabalho sujo”
O bombardeamento ordenado por Trump (DT) ao complexo nuclear do Irão ainda antes de decorridas as 2 semanas que estipulara para a eventual entrada dos EUA na guerra, foi um truque para “obrigar” Netanyahu (BN) a cessar as hostilidades com a ditadura teocrática e terrorista do Irão e permitiu a DT reclamar para si os créditos, pelo menos para já, do único objetivo que logrou atingir desde que se arrogou paladino da paz para os diversos conflitos internacionais onde tem fracassado, seja na guerra da Ucrânia ou no conflito de Gaza.
As decisões políticas de DT visam sobretudo objetivos económicos e de poder de natureza pessoal muitas vezes ao arrepio dos interesses políticos não só dos EUA mas também das democracias ocidentais e nomeadamente da UE e da Ucrânia, preferindo antes entender-se com líderes de regimes ditatoriais/autocráticos como Putin.
Quanta hipocrisia dos que condenam Israel por procurar destruir o complexo iraniano de enriquecimento de urânio antes de atingir os 90% necessários para fabricar bombas nucleares e que ia já nos 60%, quando para fins pacíficos (produção de eletricidade) não necessita de mais de 5%, pelo que os excedentes 55% já obtidos só poderiam ter como finalidade conseguir essas mesmas bombas para elevar o grau de ameaça a Israel e aos países livres e democráticos.
BN decidiu o timing e o modo do ataque das forças armadas de Israel ao complexo nuclear iraniano e a destruição com total eficácia das defesas anti-aéreas iranianas, o que permitiu a posterior incursão em segurança dos bombardeiros americanos, pelo que quando DT se arroga o exclusivo do êxito dessa operação militar é mais uma manifestação de auto-convencimento e bazófia que decorre do seu ego incontrolado e desmedido.
Quando o Secretário Geral da NATO lhe envia uma mensagem de congratulações pelo “feito” não está mais do que a insuflar o ego de DT algo que este muito aprecia e agradece.
O Chanceler da Alemanha afirmou com total propriedade que Israel tem feito o “trabalho sujo” pela Europa, ao procurar destruir/protelar a ameaça que representa o complexo nuclear do Irão apostado não em fins pacíficos mas na construção de bombas nucleares, por um país liderado por uma ditadura teocrática extremista onde os direitos humanos e nomeadamente os direitos das mulheres são sistematicamente reprimidos, cujos proxys são os terroristas do Hamas, do Hezbolah e os Houtis, cujo objetivo declarado é destruir Israel, mas que como qualquer ditadura/autocracia promotora do terrorismo, constitui também uma ameaça para as democracias ocidentais.
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