Tem vantagem em receber subsídios de férias e de Natal em duodécimos?
Para muitos trabalhadores e pensionistas a realidade no presente é receberem o subsídio de férias no mês de julho e o subsídio de Natal no mês de novembro, ou seja, nesses meses recebem dois ordenados ou duas pensões.
O Governo, no seu programa, apresentou uma proposta de abrir a possibilidade de todos os trabalhadores e pensionistas decidirem se querem continuar a receber o subsídio como até aqui ou em alternativa receberem os subsídios em duodécimos, o que significa que em cada mês recebem o valor do salário mais duas vezes o valor desse salário dividido por doze. Vejamos um exemplo de um trabalhador ou pensionista que recebe 1200€ por mês: No sistema atual recebe todos os meses 1200€ com exceção de julho e novembro em que recebe 2400€, sendo que se optar pelo regime de duodécimos recebe todos os meses 1400€. Ao fim de um ano recebe o mesmo valor total.
A liberdade de escolha é positiva porque o trabalhador ou pensionista aumenta o seu leque de opções e sendo uma delas a situação inicial nunca a sua situação poderá piorar, mas qual a decisão a tomar?
Para quem aderir ao sistema de duodécimos, o montante recebido desde o início do ano é sempre superior ao recebido no sistema vigente com exceção do mês de novembro. Assim o sistema de duodécimos permite fazer as mesmas decisões do que o sistema atual com exceção de um mês porque neste sistema se recebe parte dos subsídios em dezembro quando atualmente todos os subsídios são pagos até novembro. Se não fosse este facto, não hesitaria em recomendar a escolha dos duodécimos, por isso vejamos dois casos extremos para ajudar na decisão.
Caso 1: Se a sua poupança anual é superior ao valor somado dos dois subsídios, então deve receber os subsídios em duodécimos porque permite que a poupança comece logo a ser aplicada à medida que vai recebendo.
Caso 2: Se tem muita dificuldade em não gastar tudo o que recebe e tem pagamentos mais avultados na altura em que recebe os subsídios, recomendo que mantenha o sistema atual.
Não sei o que a maioria dos trabalhadores e pensionistas vai escolher se a possibilidade lhes vier a ser oferecida, mas dado o que aconteceu com a alteração da retenção do IRS acredito que muitos que escolherem os duodécimos se irão depois queixar que foram enganados porque já não recebem o 13º e o 14º mês.
Acima de tudo, recomendo que olhem para os vossos gastos e pagamentos no passado e tomem uma decisão fundamentada para que não tenham surpresas no futuro!