Aceitei o desafio de servir o Funchal
A habitação é hoje um dos maiores dramas que enfrentamos. Não é o único
Aceitei o desafio de ser candidato à presidência da Câmara Municipal do Funchal como um ato de serviço público aos funchalenses e à cidade. Faço-o com sentido de responsabilidade, com respeito pela história da nossa cidade e das nossas gentes, com a consciência de que o Funchal precisa de uma nova liderança autárquica, com uma visão clara, estratégica e comprometida com a resolução dos problemas reais das pessoas.
Ao longo do meu percurso de 30 anos no Partido Socialista, independentemente dos contextos políticos, nunca virei a cara às dificuldades, sempre estive ao lado dos valores que fundam a democracia: a liberdade, a justiça social, a cidadania participativa e o combate por causas.
O Funchal precisa de um projeto autárquico sério, competente e com propostas concretas para resolver os problemas que afetam a qualidade de vida de quem aqui vive e trabalha, uma nova visão estratégica para um melhor desenvolvimento urbano e social. Uma visão que não seja reativa, mas proativa. Que planeie, que integre, que pense a cidade “do mar à serra”, como um todo e com espaço para todos.
A nossa cidade não pode continuar refém de soluções avulsas e de políticas que ignoram os verdadeiros problemas das pessoas. O Funchal precisa de desenvolvimento assente no planeamento estratégico, na definição clara de prioridades, na gestão inteligente do território, na reabilitação urbana, na capacidade de resposta às alterações climáticas, na organização eficiente da mobilidade e do trânsito e num modelo de cidade inclusiva.
Há, hoje, muitos funchalenses a serem expulsos da sua cidade. Não por escolha, mas por falta de alternativas ao nível de uma habitação. Famílias que vivem em casas sobrelotadas, com pessoas a dormir em salas, varandas improvisadas ou até em garagens. Jovens sem perspetiva de acesso a uma habitação condigna. Idosos isolados, sem resposta para as suas necessidades. Tudo isto é fruto de más decisões políticas e da ausência de uma estratégia para garantir o direito à cidade.
A habitação é hoje um dos maiores dramas que enfrentamos. Não é o único. O caos no trânsito, a insegurança nas ruas, a toxicodependência, a mendicidade, a ausência de planeamento e a crescente pressão imobiliária, que transforma a cidade num ativo financeiro e não num espaço para viver, são problemas graves que exigem respostas imediatas e estruturais.
Precisamos de políticas que respondam à classe média, aos jovens que querem aqui viver, aos que enfrentam problemas sociais, às famílias que apesar de trabalharem não conseguem habitar a cidade. E precisamos de soluções específicas para as zonas altas do Funchal, onde continuam a faltar acessibilidades, estacionamentos, saneamento básico, medidas que combatam as desigualdades territoriais e protejam os recursos naturais.
É por tudo isto – por acreditar que é possível fazer diferente e melhor – que aceitei este desafio. Com humildade e determinação. Com escuta e firmeza. O Funchal precisa de uma nova liderança. Uma liderança que esteja do lado das pessoas e não dos interesses dos mesmos de sempre. Que coloque a cidade ao serviço dos cidadãos e não ao serviço da especulação e do lucro fácil. Que veja o Funchal como um projeto coletivo e não como um negócio.
É tempo de construirmos, juntos, um Funchal mais justo, mais acessível, mais sustentável e mais humano. Estou preparado para o desafio.