“As burlas com investimento em criptoactivos atingem níveis alarmantes”, segundo a plataforma Bit2Me. Em 2024, as perdas por fraude com criptomoedas rondaram os 12,4 mil milhões de dólares. Ainda assim, há conselhos para que os utilizadores se possam proteger contra tipo de esquemas.

Em Portugal, após um aumento de denúncias, o Ministério Público alertou para a proliferação de sites fraudulentos que prometem retornos elevados sem risco, sem qualquer ligação a intermediários financeiros autorizados. A utilização de tecnologias avançadas como a Inteligência Artificial (IA) torna estes esquemas mais sofisticados, difíceis de detectar e altamente persuasivos.

Segundo a Chainalysis, as perdas por fraude com criptomoedas rondaram os 12,4 mil milhões de dólares em 2024, com foco para as chamadas ‘fraudes românticas’ (também conhecidas por ‘pig butchering’), que aumentaram 40% em receitas face ao ano anterior, com um crescimento de 210% nos depósitos em contas fraudulentas.

A utilização de IA generativa tornou estas burlas mais escaláveis e baratas. As ferramentas, amplamente acessíveis, permitem aos burlões criar mensagens, perfis falsos, fotografias e até vídeos realistas, em segundos. Estas novas fraudes, mais eficazes, permitem que os criminosos expandam as suas operações em larga escala e a baixo custo. O resultado é um aumento acentuado no número de vítimas.

A Bit2Me, plataforma de activos digitais registada e reconhecida pelo Banco de Espanha, impediu nos últimos dois anos burlas num total de 4,4 milhões de euros, concretamente 1,5 milhões em 2023 e 2,9 milhões em 2024. Só nos primeiros meses de 2025, já bloqueou esquemas fraudulentos no valor de 452 mil euros.

IA Generativa utilizada por burlões

O uso da Inteligência Artificial permite aos burlões automatizar, personalizar e expandir os ataques de forma quase profissional. Os autores destes esquemas utilizam a IA para a recolha de dados públicos de redes sociais e plataformas de contactos. Este acto, conhecido como ‘scraping’, permite a recolha de dados como nomes, fotografias, gostos, estado civil e hábitos de uma pessoa, entre outros.

Recolhida a informação, a IA gera imagens falsas (‘deepfakes’), biografias credíveis e conteúdo automatizado para interagir com as vítimas. Enviam mensagens personalizadas, muitas vezes geradas por chatbots ou modelos de linguagem maliciosos, com intuito de construir um relação de confiança com o lesado.

Como mencionado, os tipos mais comuns de burla prendem-se com a manipulação emocional e/ou financeira. Regra geral, nas fraudes românticas os burlões pedem dinheiro para emergências, doenças ou, até, para viagens. O burlão constrói uma relação de confiança com a vítima através das redes sociais e, depois, manipula-a para que envie fundos em criptomoedas.

Já no que concerne às fraudes cripto, encaminham a vítima para plataformas falsas, ou pedem transferências para carteiras controladas por criminosos. Quanto ao perfil das vítimas, as fraudes afectam todas as faixas etárias, mas são particularmente frequentes entre pessoas mais velhas, que muitas vezes têm menos familiaridade com tecnologia e criptomoedas.

Dicas para evitar cair em esquemas

A Bit2Me, a primeira empresa do sector, a nível mundial, a obter três certificações chave (ISO 37001 para anticorrupção e ética empresarial, ISO 37301 para gestão de compliance, e UNE 19601 para boas práticas em compliance penal), partilha cinco dicas para evitar cair em esquemas de fraude: