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Eles ainda não perceberam…

O que se passou nas últimas eleições legislativas nacionais, não só na Madeira, mas em todo o país, não foi um acontecimento fortuito, mas a expressão de uma ruptura já anunciada e o prenúncio de uma separação quase total entre, por um lado, aquilo que é dito na televisão e nos grandes meios de comunicação social e, por outro lado, o mundo real, onde vivem as pessoas que enfrentam ordenados miseráveis, os custos de uma imigração descontrolada, o preço penoso da habitação, o estado deplorável do Sistema de Saúde e a impunidade vergonhosa com que os políticos do sistema que nos domina há décadas se servem do poder para enriquecer, proteger os seus e promover os seus amigos.

Pelas mais variadas razões, não vou, nem quero, tentar convencer os comentadores do sistema e os órgãos de comunicação social que tanto se esforçam para lhes dar palco do quanto os seus esforços para denegrir o CHEGA e impor a sua leitura distorcida dos factos contrasta com o país real. Efectivamente, quem nunca quis perceber o que se está a passar à sua volta, nem nunca irá aceitar o que ainda está para vir, nem merece esse tipo de esforço. Porém, porque o meu dever é o de dignificar o espaço que aqui me é concedido, aponto quarto aspectos que foram tornados ainda mais claros no último acto eleitoral.

Primeiro, a Esquerda tradicional comunista e a sua falsa faceta modernizada bloquista estão em total declínio, fruto de dois aspectos. Por um lado, estão encerradas numa bolha ideológica que se dedica exclusivamente a causas fracturantes, que nada dizem às pessoas. Por outro lado, não têm qualquer pensamento próprio, limitando-se a repetir, ao ponto do ridículo, os mantras do discurso politicamente correcto. Como se tornou bem claro, taxar as empresas que criam emprego, “salvar” a Palestina do imperialismo americano, lutar pela legalização das drogas, garantir os pseudo-direitos dos desequilibrados que se identificam como cachorros e doutrinar crianças de doze anos sobre diferentes posições sexuais e a “beleza” de ser transgénero – ideias peregrinas de bloquistas e comunistas – não dizem nada às pessoas e só são tema para gente que não percebe nada dos desafios do século XXI.

Segundo, os partidos do sistema (isto é, PSD e PS), tornaram-se autênticas plataformas para o enriquecimento ilícito de certos políticos, das suas respetivas famílias e dos amigos que a eles estão associados. Por outras palavras, em nome de interesses egoístas, abdicaram da defesa do Bem Comum e deixaram entregues à sua própria sorte milhões de cidadãos que, cada vez mais pobres, têm de enfrentar a dureza da desvalorização do trabalho, dos impostos asfixiantes, da perda de qualidade de vida e do esmagamento da classe média. Quando alguém lhes aponta o dedo ou lhes faz alguma exigência, rotulam de ‘fascismo’, ‘extrema-direita’ e ‘populismo’, uma linguagem que, mais do que qualquer outra coisa, põe-lhes a nu o seu próprio desespero e falta de respostas para o país em que vivemos.

Terceiro, certos meios de comunicação social dominantes, quer na Região, quer no país, não compreendem a realidade das pessoas e tentam promover, a todo o custo, certas narrativas que favorecem o sistema instalado e os grupos económicos dominantes. Essas, sem excepção, tentem atacar, denegrir e distorcer o CHEGA, pois é o único partido que quer mudar a política e colocar a governação ao serviço daqueles que andam, há décadas, a pagar os vícios de quem não quer largar a cadeira do poder. Na mesma linha, os painéis de “especialistas”, escolhidos a dedo e nunca sujeitos a contraditório, são, cada vez mais, figuras de uma comédia de baixo nível, chegando ao ponto de dizer autênticas pérolas, tais como, “Eu quero que o CHEGA morra” (SIC), “O CHEGA tem de ser extinto” (RTP-3) e “É uma vitória pessoal se o candidato do CHEGA não for eleito” (RTP-Madeira). As pessoas não são tolas e já perceberão o que a casa gasta. Continuem.

Quarto, ao contrário do que gosta de dizer a Esquerda extinta e certa comunicação social que se especializou em não acertar uma, o CHEGA não é um partido de um homem só. Se é facto que o presidente do partido é, hoje, o político mais carismático, reconhecido e incisivo de Portugal, o partido que lidera é, acima de tudo, um movimento político de larga escala, que, com mérito, inteligência e capacidade de trabalho, soube converter o descontentamento dos milhões de portugueses que se sentem ignorados, espezinhados e maltratados numa exigência política concreta da qual emanou um programa de governação humanista e reformista.

Portanto, se há quem queira continuar com o circo deplorável de ofender, caluniar e rotular de xenófobos, racistas e irracionais os trinta mil Madeirenses e os mais de 1,3 milhões de outros Portugueses que votaram no CHEGA, então que o façam em plena consciência de que são cada vez mais os que nem consomem televisão, nem os tradicionais órgãos de comunicação social, pois já perceberam aquilo que quase todos eles verdadeiramente são, isto é, uma obsessão lamentável com um partido que nunca irão conseguir comprar ou controlar. Já quanto ao CHEGA, quando a vocação é a ser a voz daqueles que não têm voz, não há censura, ofensa ou proselitismo ideológico que nos pare – ou, como disse André Ventura na noite das eleições, “Eles ainda não viram nada!”.