Os falsos paladinos da ética

A ética passou para primeiro plano como arma de ataque político contra Luís Montenegro (LM) em especial por parte de Pedro Nuno Santos (PNS).

O grande “crime” de LM foi não ter cumprido na íntegra no início das suas funções governamentais a obrigação de declarar à Entidade para a Transparência (ET) todas as empresas que tinham relações comerciais com a empresa familiar Spinumviva de que era sócio juntamente com a esposa e os filhos, relações comerciais essas que já existiam ainda antes de ser Primeiro Ministro ou sequer Presidente do PSD.

Qual é a ética do deputado do PS que divulgou antes do prazo legal estipulado, para dar uma ajudinha a PNS no debate com LM, a lista das empresas em falta entregue por este à ET, bem como de um ou outro órgão de informação, que não a maioria felizmente, que se apressaram a divulgá-la não se coibindo de exibir de forma tendenciosa os montantes dos contratos que essas mesmas empresas celebraram com o Estado, sem contudo referirem que esses contratos resultaram de concursos públicos que vinham já dos governos do PS de António Costa (AC) e de PNS?

Qual é a ética de PNS ao mentir tentando chantagear pelo medo os eleitores, quando acusa LM e a AD de pretenderem introduzir reformas na Segurança Social só porque o atual governo nomeou uma comissão para analisar as conclusões do “Livro Verde sobre o Futuro da Segurança e Saúde no Trabalho” que foi encomendado em 2022, não pelo atual governo da AD, mas sim por Ana Godinho ex-ministra do governo do PS de AC e de PNS?

Qual é a ética de PNS ao criticar LM por ter posto a hipótese de um acerto na regulamentação da legislação da greve para evitar paralisações abusivas e com eventuais contornos políticos, como a que paralisou numa situação limite a totalidade do transporte ferroviário, quando foi o mesmo PNS que em 2019 na sequência da greve dos motoristas de matérias perigosas achou por bem “revisitar a lei da greve, mas para assegurar que situações limite não aconteçam”?

Qual é a ética de PNS ao tentar mais uma vez chantagear através do medo os eleitores quando acusa LM de pretender alterar princípios fundamentais da Segurança Social estipulados na Constituição, seja eliminando/restringindo direitos consagrados na Constituição relativos à Segurança Social nomeadamente nas reformas, seja o de transferir para outras entidades incumbências que a Constituição atribui ao Estado, quando para avançar com essas alterações seria necessária uma revisão da Constituição aprovada por dois terços dos deputados da Assembleia da República, algo que só seria conseguido com os votos dos deputados do PS?

São os falsos paladinos da ética que têm o desplante de acusar adversários políticos de falta de ética.

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