"A Europa há-de saber cuidar de si mesma"
A afirmação é do Representante da República para a RAM, Ireneu Barreto
O Representante da República para a RAM, Ireneu Barreto, presidiu hoje à cerimónia do Dia do Combatente e 107.º aniversário da Batalha de La-Lys, em Machico, onde lançou um olhar sobre a actualidade, salientando que "a Europa há-de saber cuidar de si mesma".
"De há muito tempo a esta parte, o conforto de viver no seio de alianças que todos considerávamos inabaláveis levou-nos – a nós, que vivemos no espaço europeu – a prestar menos atenção do que aquela que provavelmente deveríamos à nossa defesa colectiva", referiu.
E acrescentou: "E eis que a guerra na Ucrânia – onde diariamente se continuam a perder vidas – nos veio lembrar que o espectro do conflito não abandona a humanidade. Três anos de um confronto sem sentido – ao qual se juntam outros em diversos pontos do globo, com imagens às quais é difícil ficar indiferente".
No seu entender, "esta realidade e as novidades geopolíticas que todos conhecemos obrigam-nos a reflectir sobre a necessidade de podermos garantir a nossa própria segurança face às diversas ameaças que enfrentamos".
"E as decisões tomadas noutras capitais obrigam-nos mesmo a estarmos prontos para fazer face a tais ameaças", acrescentou.
E prosseguiu: "Não tenhamos, todavia, dúvidas: a passagem da reflexão à prontidão obriga à tomada de decisões difíceis. O que pode parecer fácil no plano das intenções será, no plano das ações, exigente".
Na sua óptica, "competirá aos responsáveis, tanto a nível nacional como ao nível europeu, encontrar as melhores respostas para as perguntas que nos vamos colocando".
Numa frase simples, creio que todos concordamos que a Europa há-de saber cuidar de si mesma. Mas como financiar estas obrigações? E, encontrado o financiamento, onde investir? E como coordenar os investimentos, para que não haja sobreposições ou fundos mal aplicados?". Ireneu Barreto
Espero, portanto, que seja este o desígnio de todas as Nações, e lembrando aquele provérbio latino 'si vis pacem, para bellum, se queres a paz, prepara-te para a guerra, saibamos ter a coragem de, em conjunto com os nossos parceiros europeus, fazer o que for necessário para afastar qualquer ameaça e, com isso, levar a que cessem os tiros que hoje se fazem ouvir". Ireneu Barreto
E finalizou: "Sejamos militarmente fortes para podermos dissuadir".