Apres moi, le deluge
Têm circulado na internet, no facebook e também no site do Diário uma série de imagens que mostram a situação caótica em que estão algumas das atracções do destino Madeira.
São imagens do Arieiro, onde agora também há filas e confusão de madrugada. É a Ponta de São Lourenço, onde o estacionamento já chega à Prainha, e onde frequentemente se vêem os mais inenarráveis abusos. É o Paul da Serra, onde está instalada a balbúrdia, quer no acesso ao Rabaçal, quer no Fanal.
E todas estas imagens já não são só divulgadas por madeirenses, e profissionais de turismo preocupados com o que está a acontecer, mas também por ilustres visitantes, que se questionam, legitimamente, sobre onde estão as autoridades. E que afirmam, a pés juntos, não compreenderem que lhes tenham passado uma multa, porque são turistas e podem fazer o que lhes apetece. Sim, porque foi essa a mensagem que andamos a passar.
A sobrecarga é notória. A semana passada fiz o percurso do Rabaçal-25 Fontes. Para além de ninguém levar o sentido único a sério, há tanta gente a fazer o percurso que deixou de ser agradável... Esperei junto a uma escada que passassem três grupos... juntos eram talvez 120 pessoas. Depois passei eu e os grupos atrás de mim... demorou 10 minutos até que voltasse a haver uma aberta na levada... passaram mais umas 120 a 150 pessoas no sentido contrário.
O pagamento dos bilhetes não pode ser visto apenas como uma fonte de rendimento... terá de ser usado também como um instrumento de gestão... é preciso ter a coragem de dizer “chega”... para o resto do dia, ou para períodos do dia.
Aliás, é preciso ter coragem para muita coisa... para impor regras... para impor mínimos... para impor comportamentos... para criar condições.
Coragem que a administração regional de turismo não tem nem tem tido, em todas as facetas da gestão do destino. De um amadorismo e de uma irresponsabilidade confrangedora. Quem vier a seguir que resolva... até ao colapso total.