Conselheiro José Silvestre Ribeiro - Governador do Distrito do Funchal entre 1846 a 1852
Asilo da Mendicidade
José Silvestre Ribeiro, ao iniciar funções na Madeira, em 1846, teve que enfrentar os conflitos religiosos, que ocorreram entre católicos e seguidores da Igreja Presbiterana. Nos anos seguintes, a ilha foi assolada com uma grave crise alimentar. Por este motivo, o governador fundou o Asilo da Mendicidade, em 1848, para apoiar os pobres, bem como acolhia crianças desprotegidas. Esta instituição sempre prestou grande apoio social e atualmente é designada por Fundação de Nossa Senhora da Conceição.
Casa de Abrigo do Poiso
Numa época em que se viajava muito a pé, aquele governador preocupou-se em melhorar os caminhos, em construir pontes e locais de descanso para os viajantes, como a Casa de Abrigo do Poiso, concluída em 1852, para apoio aos caminhantes que transitavam entre o Funchal e o norte da ilha. A ponte do Ribeiro Seco e a Estrada Monumental, embora já antes iniciadas, foram concluídas pelo José Silvestre Ribeiro.
Bordado madeirense
Este governador organizou a primeira grande promoção do bordado da Madeira. No Palácio de São Lourenço, em 1850, realizou uma exposição de artesanato madeirense, com destaque nos bordados. O interesse dos ingleses foi tão grande que a Madeira foi convidada para a exposição universal, que decorreu em Londres, no ano seguinte, 1851. As exportações de bordados para o Reino Unido, como sabemos, passou a ser um dos principais produtos de exportação.
Deputado pela Madeira, Ministro da Justiça e outras funções
José Silvestre Ribeiro foi um dos fundadores da Sociedade Protetora dos Animais, em 1875, e seu primeiro presidente da assembleia geral; colaborou na criação do Montepio Geral, fundado em 1844, a cuja assembleia geral presidiu; foi membro da Associação dos Arquitetos Civis e Arqueólogos Portugueses, fundada em 1863. Foi também deputado pela Madeira e Ministro da Justiça, em 1857, que na altura se designava Ministro dos Negócios Eclesiásticos e de Justiça.
José Silvestre Ribeiro, apesar de ter sido governador da Madeira, apenas, durante seis anos, soube interpretar a realidade madeirense, melhorou as condições de vida dos mais desfavorecidos e promoveu iniciativas que perduraram com grande visão de futuro. Era natural de Castelo Branco e faleceu com 84 anos em Lisboa, a 9 de março de 1891.
* Procurador-Geral Adjunto