Decência Democrática
Eu votei e voto na decência. Nunca num partido que se quer manter no poder à força, espezinhando a própria Democracia, em prol de uma versão de Autonomia.
A resistência dos milhares de madeirenses que sempre defenderam a sua autonomia, a sua dignidade e a sua liberdade, apesar dos prejuízos, é louvável.
Depois de tudo o que se sabe ter sido feito para impedir a oposição interna (ameaças, saneamentos, chantagem, manipulação, obstrução de processos democráticos, etc), denunciado pelo próprio, Manuel António fez apelo ao voto no PSD. Veio assumir-se parte de um sistema, que criticou, criado pelo partido que milita. Os episódios de que foram vítimas os seus apoiantes, nas eleições internas, sempre foram muito comuns, mas enquanto os alvos eram os adversários estava tudo bem. Chegou aos seus e os seus perceberam o modus operandi do partido que definiu a vida dos madeirenses durante 50 anos (algo típico de regimes ditatoriais).
Mas parece também não importar, desde que o poder continue na mão dos mesmos. Que sejam os mesmos a usufruir das oportunidades e os mesmos a padecer da falta delas.
Com a mensagem e apoio ao PSD, Manuel António acabou por normalizar a indecência democrática. Passou a mensagem de que vale tudo (nada que não soubéssemos e que não fosse da mesma escola de AJJ).
Está a dizer que para ter Autonomia (do PSD e não dos madeirenses), podemos prescindir da Democracia.
Está a passar a mensagem de que a ética democrática é lixo.
Está a dizer que os meios justificam os fins; de que vale a pena jogar baixo e sujo.
Transmite aos cidadãos que o bullying e a intimidação são legítimos.
Depois temos o reflexo na sociedade destas atitudes.
Haverá interesses muito grandes para manter o PSD no poder, mas não serão os interesses da Autonomia, nem da Democracia.