Obstinação… ou talvez não
Dentro de dias teremos eleições. Vimos cair – de podre – um governo que caiu em na tentação de acreditar que tudo lhe era permitido. O síndrome de “salvador do mundo” leva a que os disso padecem tenham a percepção que tudo podem porque tudo lhes é devido, e que as regras que se aplicam ao comum dos mortais não é para eles.
Têm os madeirenses assim mais uma oportunidade de pôr fim a cinquenta anos de prepotência, compadrio e corrupção.
Falando de duas áreas que foram a minha área de actuação ao longo de tida a minha carreira profissional – comunicação/informação e turismo – posso dizer que nunca os parâmetros gerados pela administração regional cumpriram os mínimos, não só em termos de transparência, abertura, igualdade de oportunidade e acesso, por um lado, em relação à comunicação, e à postura do Governo Regional da Madeira face à comunicação social.
No que diz respeito ao turismo, e embora aceitando que este era o desígnio da Região em termos económicos, nunca houve o cuidado de gerir esta actividade de forma sustentável ou, sequer, de forma racional… é um instrumento de fazer dinheiro para os grupos mais próximos do regime, e muito especialmente para o lobbie da construção civil e da imobiliária.
A sustentabilidade – em termos ambientais, sociais e económicos – nunca foi tomada em conta, e todos os alertas acerca dos riscos de tornar Madeira um destino de massas caíram em saco roto – como caíram todos os alertas de todos aqueles que alguma vez ousaram ter uma visão diferente da do sistema vigente.
O regime que governa/governou a Madeira nos últimos cinquenta anos já demonstrou que não tem soluções para os anseios e necessidades dos madeirenses. Tanto que não se deu ao trabalho de criar um programa de governo para a legislatura, uma forma clara de dizer que nada vai mudar.
A Madeira é claramente um estudo de caso que demonstra que onde não há alternância, instala-se a apatia e reina a incompetência, e grassa a corrupção.
Como são as alternativas? Não sei como vai ser o seu desempenho, embora haja uma série de quadros com provas dadas em vários municípios, com resultados geralmente positivos – e claramente melhores que os de autarcas PSD, principalmente no delinear de prioridades que tenham mais em conta as necessidades dos madeirenses.
De uma coisa tenho a certeza. Por pior que funcionem estas possíveis alternativas, serão sempre melhores que o que temos… e nunca terão um presidente que continua de férias quando metade da ilha arde… e que quando finalmente interrompe estas férias, fá-lo de forma tão contrariada que falha em todas as tentativas de comunicação que tenta, divulgando erros e claras mentiras, ignorando as realidades no terreno e o input dos técnicos.
Sugeria aos madeirenses, a todos os madeirenses, se querem mesmo que tudo continue na mesma, ou se será desejável uma mudança no estado de coisas. Não vou até ao ponto de fazer sugestões específicas… mas pensem nas coisas que vão efectivamente fazer diferença… não os partidos-bengala, nem os micro-partidos, que têm o seu espaço e a sua utilidade, mas que neste momento vejo como uma distração no objectivo maior que deve ser arredar o PSD do poder, e reinstalar alguma racionalidade na Região. Sugeria que concentrassem os seus votos naqueles que de forma mais realista têm o potencial de ser alternativa: o Partido Socialista e o JPP.