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Ano novo, o mesmo compromisso

O final do ano é sempre tempo de reflexão, mas é também o momento de perspetivar aquilo que o próximo nos poderá trazer em termos de desafios e oportunidades. Para quem, como eu, está na vida política, considero que esta é igualmente a altura de prestar contas e fazer um balanço do trabalho desenvolvido. De nada serve andar em campanha e distribuir manifestos eleitorais, se a nossa ação não for consequente. Se o prometido ficar por cumprir, a política e os políticos perdem credibilidade e nos tempos em que vivemos, a última coisa que a sociedade precisa é de alimentar ainda mais populismos.

Ao longo de 2025, enquanto deputado ao Parlamento Europeu, procurei acima de tudo cumprir aquilo que me tinha proposto fazer, na defesa dos interesses da Região Autónoma da Madeira. Foi um ano longo, de muito trabalho, em várias frentes.

Tive a responsabilidade de ser relator pelo grupo dos Socialistas e Democratas em cerca de 10 relatórios, dos quais destaco, pela sua relevância para a Madeira, os direitos dos passageiros em viagens combinadas, o relatório sobre coesão económica, social e territorial e o relatório sobre a descarbonização e modernização das pescas da União Europeia. Cada um destes relatórios, fruto de trabalho em cada uma das Comissões a que pertenço, Transportes e Turismo, Desenvolvimento Regional e Pescas, não tratando nenhum tema como menos relevante ou menos prioritário, pois todos dizem respeito à nossa realidade e a setores a que se dedicam muitas das nossas pessoas.

Pessoas que esperam ações e decisões da União Europeia para os seus problemas. Neste particular, devo dizer que foi com enorme satisfação que vi a Comissão Europeia apresentar um Plano Europeu para a Habitação Acessível, em resposta àquele que foi um compromisso assumido pelo PS no seu manifesto eleitoral e para o qual a minha família política contribuiu decisivamente, colocando a Habitação no topo das suas prioridades.

Nas sessões plenárias em Estrasburgo, fiz diversas intervenções sobre temas como o desafio demográfico, a descarbonização dos transportes, infraestruturas e combustíveis sustentáveis, segurança marítima ou o futuro da Política de Coesão, a que se juntam mais de 25 perguntas escritas à Comissão Europeia, onde se incluem o setor da banana, o futuro do Centro Internacional de Negócios da Madeira, a recuperação dos incêndios e a situação de pobreza nas regiões ultraperiféricas.

Neste ano de 2025, participei como orador em inúmeros eventos sobre turismo, transportes e coesão, mas fiz questão de cumprir igualmente com a promessa de organizar e descentralizar eventos na Região, motivo pelo qual estive em Câmara de Lobos, em Machico e na Ponta do Sol, com presença de outros eurodeputados que convidei para virem até à Madeira e conhecerem a nossa realidade.

Neste balanço, mas posso deixar de destacar também 3 eventos que organizei em Bruxelas: a apresentação do livro “A Nossa Europa”, o debate sobre Fake News e a Conferência sobre as Regiões Ultraperiféricas no novo Quadro Financeiro Plurianual, esta última integrada numa ação conjunta de defesa das RUP com outros dois deputados, que conta já com a subscrição mais de 50 entidades e personalidades da Madeira e Açores.

Este foi um ano onde procurei manter a proximidade com os madeirenses e, em particular, com os mais jovens, razão pela qual dinamizei o concurso Europe Calling, destinado aos alunos do ensino secundário, promovi a ida de grupos de visitantes a Bruxelas e visitei diversas escolas da Região Autónoma da Madeira. As nossas comunidades da Diáspora não foram esquecidas e fiz questão de reunir com diversos representantes nas missões em que participei em Londres e na África do Sul, além de ainda ter marcado presença em missões na Grécia, em Malta e, como não poderia deixar de ser, na Madeira.

Para 2026 mantenho o mesmo compromisso com a Madeira e os madeirenses. Trabalho na defesa dos nossos interesses e na procura de soluções para os nossos problemas. Terei pela frente debates importantes sobre o próximo Quadro Financeiro Plurianual, o futuro da Política de Coesão e o Fundo de Competitividade, só para citar alguns. Irei discutir com a Comissão Europeia a Estratégia para as Regiões Ultraperiféricas, a Estratégia para as Ilhas e Regiões Costeiras, a Estratégia para o Turismo Sustentável e a Estratégia Europeia para os Portos, entre muitas outras. Em setembro do próximo ano, está prevista uma missão da Comissão de Desenvolvimento Regional à Madeira, proposta por mim.

Há muito ainda por fazer! Vamos a isto!