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Venezuela liberta 71 detidos após protestos contra eleições presidenciais de 2024

Foto Shutterstock
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Um total de 71 pessoas detidas no âmbito dos protestos que se seguiram às eleições presidenciais de 2024 na Venezuela foi libertado hoje, anunciou o Comité de Mães em Defesa da Verdade.

Em comunicado, o grupo especificou que entre os libertados estão 65 homens que se encontravam detidos na prisão de Tocorón, no estado de Aragua, no norte do país. Foram igualmente libertadas três mulheres que estavam no Centro Penitenciário Feminino La Crisálida, no estado de Miranda, bem como três adolescentes no estado de La Guaira, também no norte da Venezuela.

O comité manifestou satisfação com as libertações, mas reiterou a exigência de “plena liberdade” para todas as pessoas detidas na sequência das eleições presidenciais realizadas em julho do ano passado, defendendo a aprovação de uma amnistia geral. “A injustiça continua a afectar centenas de famílias em todo o país”, sublinhou a organização, citada pela agência noticiosa espanhola EFE.

As libertações foram igualmente confirmadas através da rede social X pela organização não-governamental Comité para a Liberdade dos Presos Políticos, constituída por familiares de detidos, que tem acompanhado a situação dos encarcerados desde o início da vaga de repressão que se seguiu ao processo eleitoral.

As detenções ocorreram após a proclamação da reeleição do Presidente Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho de 2024 pelo órgão eleitoral venezuelano, controlado por autoridades alinhadas com o chavismo. A oposição maioritária denunciou irregularidades e acusações de fraude, reclamando a vitória do candidato Edmundo González Urrutia, o que desencadeou protestos em várias regiões do país.

Segundo dados divulgados por organizações de defesa dos direitos humanos, mais de 2.400 pessoas foram detidas durante e após as manifestações, a maioria das quais já foi libertada. As autoridades acusaram muitos dos detidos de envolvimento em actos terroristas, enquanto várias ONG e partidos da oposição classificaram-nos como presos políticos.

O governo de Nicolás Maduro, por sua vez, tem reiterado que a Venezuela está “livre de presos políticos”, defendendo que os indivíduos detidos cometeram “crimes graves” e rejeitando as acusações de perseguição política.