EUA falam sexta-feira com Kiev sobre plano de paz e depois com russos
Representantes ucranianos e norte-americanos vão realizar na sexta-feira e no sábado, nos Estados Unidos, novas conversações sobre o plano para acabar a guerra iniciada pela Rússia, anunciou hoje o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
"Na sexta-feira e no sábado, a nossa equipa estará nos Estados Unidos --- já está a caminho --- e os norte-americanos estão lá à espera deles. Não sei quem mais poderá estar presente, talvez haja europeus", disse Zelensky aos jornalistas.
Zelensky não especificou a composição da delegação ucraniana, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
O novo ciclo de conversações entre a Ucrânia e os Estados Unidos irá decorrer imediatamente antes de um encontro entre emissários russos e norte-americanos, previsto para o fim de semana, na Florida, segundo uma fonte oficial norte-americana.
A Casa Branca (presidência dos Estados Unidos) não forneceu detalhes sobre a composição das delegações russa e norte-americana.
Segundo o 'site' de notícias Politico, os Estados Unidos serão representados pelo emissário para a Ucrânia, Steve Witkoff, e pelo genro do Presidente Donald Trump, Jared Kushner.
A Rússia deverá enviar o emissário do Kremlin (presidência) para as questões económicas, Kirill Dmitriev.
"Todos conhecemos a posição da Rússia: querem apoderar-se de todo o Donbass e, neste momento, querem que abandonemos o Donbass, essa é a posição deles", afirmou hoje Zelensky.
A bacia industrial ucraniana do Donbass é composta pelas regiões de Lugansk, cuja quase totalidade está nas mãos de Moscovo, e de Donetsk, controlada em cerca de 20% pelo exército ucraniano.
"A nossa posição também é clara: não estamos preparados para tomar as medidas correspondentes", disse Zelensky, numa alusão à posição de Kiev de não ceder territórios à Rússia.
"Os Estados Unidos procuram um compromisso", acrescentou o líder ucraniano.
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou na quarta-feira que os objetivos da ofensiva militar que lançou em fevereiro de 2022 na Ucrânia "serão, sem dúvida, alcançados".
Os detalhes do plano norte-americano, após ter sido reformulado em Berlim com os ucranianos, não são conhecidos, mas Kiev fez saber que o mesmo implicaria concessões territoriais.
O documento original de Washington foi visto por Kiev e pelos aliados europeus como amplamente favorável às posições de Putin.