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Portugal espera que acordo UE-Mercosul seja aprovado

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O Governo português afirmou hoje esperar que o acordo entre a União Europeia e o Mercosul seja aprovado, quando a assinatura, prevista para sábado no Brasil, enfrenta resistência de França e Itália, que reclamam garantias para a agricultura europeia.

"O acordo UE-Mercosul é muito importante e positivo para todos, incluindo para os agricultores. Esta semana haverá novidades, Portugal espera que seja aprovado", disse a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Inês Domingos, durante um debate parlamentar sobre o Estado da União.

Num momento em que o mundo vive uma "crise do multilateralismo", um acordo como este "permite reforçar a prosperidade europeia e a segurança da economia europeia", sustentou.

Inês Domingos recordou que recentemente a Comissão Europeia "apresentou uma proposta para dar ainda mais garantias aos agricultores, para os tranquilizar de que este acordo não será prejudicial".

Na terça-feira, o Parlamento Europeu aprovou novas cláusulas de salvaguarda idealizadas para proteger os agricultores comunitários da possível concorrência dos países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -- a Venezuela está suspensa).

A secretária de Estado respondia ao deputado do Chega Ricardo Dias Pinto, que considerou que as "garantias robustas prometidas" pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, "continuam por fechar" e considerou que assinar o acordo neste momento é "assinar um cheque em branco".

O aval ao acordo comercial estará em cima da mesa na reunião do Conselho Europeu de quinta e sexta-feira, em Bruxelas, prevendo-se a assinatura pelos dois blocos no sábado na cidade de Foz do Iguaçu, no sul do Brasil, país que preside atualmente ao bloco sul-americano.

França e Itália já anunciaram que recusam assinar o acordo e o Presidente brasileiro, Lula da Silva, avisou hoje que, se não for assinado no sábado, não haverá acordo, pelo menos enquanto ele estiver no cargo.