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Árbitros testam uso de ‘bodycams’ em Portugal

Taça de Portugal serve de experiência desta inovação

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Foto: Manuel Fernando Araújo/Lusa

É já esta quarta-feira que arranca o projecto que vi testar o uso de bodycams por parte dos árbitros em Portugal. José Bessa, que dirige o Vila Meã-União de Leiria, pelas 14 horas, será o primeiro árbitro português a testar esta tecnologia em Portugal.

No fundo, falamos da possibilidade de os árbitros usarem uma câmara fixa, quando estiverem a arbitrar, levando à captação de imagem ao longo do jogo, por forma a que possamos perceber qual a perspectiva do árbitro sobre determinado lance ou sobre a trocar de palavras com os restantes elementos em jogo.

O arranque deste experiência, em Portugal, será feito nos jogos dos oitavos de final da Taça de Portugal. Hélder Malheiro vai estar no Farense-Benfica, de quarta-feira, às 20h45, com Luís Ferreira no videoárbitro. João Pinheiro é o árbitro do Santa Clara-Sporting agendado para as 18h45 de quinta-feira. Rui Silva é o VAR. Para o FC Porto-Famalicão, também na quinta-feira, mas às 20h45, está nomeado António Nobre. O VAR é Manuel Oliveira. Estes são, por isso, alguns dos juízes principais que vão ter acesso a esta tecnologia.

A decisão de avançar com estes testes partiu da Federação Portuguesa de Futebol, isto após as bodycams terem sido usadas tanto no Mundial de Clubes, como na Taça Intercontinental. Um dos objectivos passa por aproximar os adeptos das decisões, por forma a diminuir a percepção de que existe um fosso entre árbitros e públicos.

“É mais um passo na inovação e uma abordagem pioneira, provando que é possível conjugar novas tecnologias com a arbitragem. A possibilidade dos adeptos, que estão a seguir o jogo pela televisão poderem aceder à visão do árbitro irá proporcionar uma experiência diferente, mais próxima e mais humana, do jogo”, disse o presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Luciano Gonçalves, em declarações à própria FPF.

A partir desta quarta-feira, na Taça de Portugal, os árbitros passam a usar uma câmara fixa no uniforme, que capta as imagens pela sua perspectiva. Falamos de um projecto experimental, pelo que não se aplica ainda de forma definitiva.

Apesar de ter sido anunciada com ‘pompa e circunstância’, ainda não há indicação sobre como serão divulgadas estas imagens. Aliás, ainda não se sabe se estas serão mesmo partilhadas com o público. Estamos a falar de questões relacionadas com a protecção de dados e de privacidade. Além disso, as regras terão de ser bem específicas quanto ao consentimento dos intervenientes sobre a divulgação de imagem e som.

De acordo com a rádio Renascença, outra das questões que se coloca está relacionada com o armazenamento destas imagens. Por quanto tempo serão armazenadas? Quem ficará encarregue da protecção das mesmas?

Em declarações ao Mais Futebol, o presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), José Borges, afirmou esta segunda-feira esperar que a utilização de câmaras corporais por parte dos árbitros possa “ajudar” ao seu trabalho em campo. Por outro lado, esta poderá ser uma forma de demonstrar “as dificuldades e a razão de algumas decisões”. As imagens podem ser usadas pelo árbitro “para emendar posições, procurar alternativas e melhorar