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Critérios de carga

Não quero nem posso desvalorizar o passo que está a ser dado no sentido de regular o que, até agora, tem andado ao sabor de ventos e marés. É um início, espero, de um muito mais longo processo que, para ter sucesso terá de sujeitar-se a um outro tipo de escrutínio e ser bastante mais abrangente.

Falo do que as recentes notícias nos trouxeram como novidade. Aliás, são duas, a saber: - está finalmente a estudar-se capacidade de carga e foi estabelecido um limite e novas regras para controlo da presença humana já numa zona, a do Fanal.

Parece-me evidente, como aliás tenho repetidamente aqui referido, a necessidade urgente de se estudar o que o destino aguenta sem diminuir o nível de satisfação (gostaria de realçar este aspecto).

No Fanal; na entrada da cidade pelo Porto do Funchal; nas levadas e percursos mais frequentados, e; até em algumas zonas de atracagem de barcos junto à costa, como por exemplo debaixo do Cabo Girão; há muito por fazer!

Permitam-me um parêntesis para mencionar o que dizem tem sido o maior entrave neste processo - o fundamentalismo ambientalista que existe dentro da própria Secretaria – que pelos vistos deve achar que assim é que está bem e que não regular nem mexer é que vai surtir efeito. Ou então é porque dá muita maçada…

O estudo que estabelece o limite de 3.000 visitantes por dia não é público nem está acessível. Não consigo, portanto, sem saber os critérios, opinar sobre as respectivas conclusões.

Deixo já nota das discordâncias que tenho com o número apresentado, que me parece excessivo, nem que seja porque num só dia dava para a inteira freguesia da Sé ir passear para o Fanal. E ainda sobrava espaço…

Por absurdo, podíamos em uma hora ter 2.500 pessoas a entrar, restando para o remanescente do dia outras 500 para visitar o local. Também nada vejo quanto à forma de acesso, que é diferente se os visitantes se deslocarem de autocarro ou noutra viatura.

Passará a entrada a ser paga e, se sim, qual o sistema a utilizar, pedindo eu a todos os santinhos que percebam que o Simplifica não é solução; só complica.

Serão estas questões de pormenor? Talvez e eu até podia continuar com outras, se tivesse caracteres suficientes para o efeito. Mas esperava mais, confesso, porque já passou tanto tempo sem que nada se fizesse, com o problema a crescer, que achei que receberíamos algo já bastante mais estruturado do que só um número.

Eu gostaria de ver uma solução mais drástica. Com limites por hora do número de pessoas, com informação sobre o sistema de vigilância implementado, com regulação do número de viaturas, com informação sobre a forma de controlo. Com torniquetes à entrada e regras de utilização do espaço controladas.

Daria de barato que iríamos ter muitos incumpridores mas ao menos percebia-se o esforço do destino, sendo certo que acredito serem menos os prevaricadores do que aqueles que entendem bem as regras, sobretudo se comunicadas convenientemente. E com critério.