Chefes da diplomacia da UE avaliam ataques russos e alegada sabotagem a ferrovia polaca
A intensificação dos bombardeamentos russos ao território ucraniano e a alegada sabotagem da ferrovia polaca são os principais assuntos da reunião de hoje dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) em Bruxelas.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, não vai estar presente na reunião e será representado pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Ana Isabel Xavier.
O conflito na Ucrânia que começou há quase quatro anos volta a ser o principal tópico de discussão entre os chefes da diplomacia dos 27 do bloco europeu.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiha?, vai estar em Bruxelas para atualizar os homólogos da UE sobre os últimos desenvolvimentos da guerra desencadeada pela invasão russa.
Nos últimos meses, a Rússia intensificou as suas operações militares no leste e sul da Ucrânia, com bombardeamentos que têm visado áreas residenciais e infraestruturas energéticas.
As investidas de Moscovo coincidem com a aproximação do inverno, altura em que as baixas temperaturas impossibilitam, praticamente na totalidade, as incursões terrestres, pelo que a Rússia quer exercer pressão sobre a Ucrânia danificando as infraestruturas energéticas, repetindo a tática que tentou aplicar nos últimos anos.
A Federação Russa também foi responsabilizada por um ato de sabotagem a uma linha ferroviária na Polónia, no domingo passado, que faz a ligação com a Ucrânia e é uma rota importante para o envio de ajuda para o país vizinho.
Na terça-feira, as autoridades polacas indicaram que o Kremlin (presidência russa) pode ser o responsável pela explosão que interrompeu a circulação naquela linha e que é utilizada para transportar armamento para a Ucrânia.
Os suspeitos do ato de sabotagem são cidadãos ucranianos com ligações à Rússia, indicou o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.
A reunião de hoje em Bruxelas também vai avaliar a situação no Médio Oriente, em específico na Faixa de Gaza, após a aprovação pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas da proposta do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que inclui o estabelecimento de uma Força de Segurança Internacional (ISF, na sigla em inglês) no enclave palestiniano.
A resolução aprovada determina a formação da ISF para garantir, até dezembro de 2027, as fronteiras de Gaza com Israel e o Egito, proteger civis e corredores humanitários e capacitar uma nova força policial palestiniana.
O movimento radical Hamas, que assumiu o controlo de Gaza em 2007 e reivindica a administração do território, já rejeitou o plano proposto por Washington.
Os ministros da UE vão analisar estas circunstâncias que podem tornar ainda mais débil o cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro, um compromisso que foi alcançado depois de dois anos de uma ofensiva militar israelita que matou mais de 69 mil pessoas no enclave.
A degradação das condições humanitárias no Sudão também será alvo de discussão pelos governantes com a pasta da diplomacia na reunião que será presidida pela alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas.
É a penúltima reunião ordinária de 2025 dos ministros dos Negócios Estrangeiros.