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Relâmpagos (o fiat lux, o ‘até pegar com o monte - o lugar de Didi” e o “buska santu”)

Estávamos nós disparados, de Madrid para o Aeroporto de Barajas, numa imensa cavaqueira sobre a política externa, os últimos livros editados, os ares de um fim do ciclo governativo e uma possibilidade de alternância que pode não ser alternativa. Falou-se também da guerra no Leste da Europa, do genocídio no Médio Oriente e da chacina no Rio de Janeiro, celebrou-se os Tubarões Azuis na Copa 2026 e as Tubarões Azuis no CAN 2026. Omis ku mudjeris bodona!

Dos combates pela História (nosso fascínio afinal). Há combates que são antigos - de tal sorte que, a cada tempo refundados, jamais anacrónicos. Por isso, não nos distraiamos do fundamental que a roldana histórica, pese embora o estado das incertezas, mantém-se ativa neste ‘tempestado’ tempo!

Não caduca no tempo o afã cidadão. Vejo o artista-plástico Tchalé Figueira a apelar “Desobediência, desobediência, desobediência” e o músico Alberto Koenig a clamar, salvo melhor juízo, às ruas nestas horas de difusa dubiedade. O desafio cívico de Milton Paiva com mote na “inversão geracional”, silenciosamente revolucionária. É clamor no deserto, mas um semear aqui e ali, um sugestionar o momento de djunta-mon a dar flores e frutos, a tornar-se uma floresta sem fim.

Se Poeta de um novo tempo, diante do pêndulo e seu mistério. O vaivém pendular das ondas, que nos versos de Jorge Barbosa nos desassossegam. Entrementes... não pode haver ausência do mar, do monte, do vento, do longe, da ilha e do mundo no meu poema. Substantivando o verbo e verbalizando o substantivo, também com Sol & Substância, ainda face à vida nascida de Mário Fonseca e à terra acordada de Virgílio Avelino, existencial este meu desassossego ao mar sempre presente.

Com búzios, cornetas e tambores, que também ficam no poema, marchamos para o “buska santu”. O medo é que, alhures, haja alguém a barrar a passagem da Tabanca. Entroniza-se o esqueleto, entretanto saído do armário. Singra com fidúcia na madrugada a mula, outrora, trôpega!