O Centro de Saúde, a CVP, e o Serviço de Urgência a Excelência de cuidados
No dia em que fui tirar sangue para análises no Centro de Saúde da Nazaré após a retirada do sangue, passados alguns metros senti-me mal, quase desmaiava. Uma médica e uma enfermeira que me conhecia do meu envolvimento nos projetos de saúde da Madeira, bem com outros profissionais vieram em meu socorro.
Após verificação dos parâmetros clínicos, disseram vamos chamar uma ambulância para o levar para o hospital, está com arritmia cardíaca.
Os jovens da ambulância, todos voluntários da CVP, desdobraram-se nos cuidados e na ajuda psicológica de quem pensa que o pior está para vir.
Restava-me a convicção, de que o Hospital, por pior que seja, é o melhor hotel do mundo para quem está doente.
Chegada à triagem, gabinete 3 um jovem médico muito dedicado fez as perguntas da praxe (o check list) obrigatório, seguiu-se novamente a retirada de sangue por um enfermeiro que tinha ido comigo ao Porto Santo, ele vacinar a população e eu tratar do Projeto da nova Unidade de Saúde. Seguiu-se o ECG, a ida ao RX para ver as questões da tosse e de seguida fui entregue aos cuidados do S.O.
A seguir vamos ver o que se passa com o seu coração. Pensei o pior, vão fazer cateterismo? Vão pôr um pacemaker? A jovem dos TSDT conjuntamente com os médicos disseram que o coração tinha deixado de baralhar e que situação tinha estabilizado / revertido.
Um médico sénior e a jovem médica Filipa dão-me notícias, vai ter alta vai fazer um holter um ecocardiograma e tomar medicação.
Fiquei encantado com as explicações e disse-lhe que percebia tudo o que me estavam a ensinar.
Médicos e enfermeiros sem mãos a medir, pavimento sempre limpo pela assistente operacional, mesmo num ambiente tenso dava tranquilidade.
Reparei que o médico sénior explicava detalhadamente aos médicos mais novos toda a situação, e, quando saiu do S.O. veio dar-me um abraço e dizer obrigado. Fiquei emocionado com a sua dedicação e educação.
Entretanto, apareceu o eng. Franco e a Carina do SIE, bem como o enfermeiro diretor da urgência, com quem tivemos uma amável cavaqueira até sobre o campo da morte lenta do Tarrafal.
Ele conhecia-me da política, sabia bem as minhas convicções, tinha participado nos debates da ordem dos enfermeiros em que eu tinha sido palestrante na defesa do novo hospital da Madeira.
Veio um chá e umas bolachas, e este jovem de 76 anos regressa a casa, com a promessa que divulgará a qualidade da prestação de cuidados de saúde do sector público, apesar das condições difíceis, físicas arquiteturais e outras, razão pela qual, me convenci da urgência em acabar a obra do HCUM.
Um abraço a todos de grande agradecimento aos profissionais de saúde que exercem funções no sector público.
António Arnaut dizia que o maior tesouro do SNS, são os seus profissionais, sem eles o SNS não existe.
É de inteira justiça que estes profissionais tenham carreiras adequadas, justos salários, promoções em função das suas competências, para que não corram para o sector privado. Defender o sector público de saúde é um imperativo de consciência.