Decidam-se
Acredito convictamente que decisões hoje tomadas têm impacto que perdura no tempo bem para além desse momento inicial. Por causa disso, defendo como elementos essenciais para a nossa vida colectiva a estratégia e o planeamento, que nos permitem construir cenários, analisar vantagens, pesar contras.
Não aprecio, portanto, impulsividade na gestão. Que legitima que hoje se vá para a esquerda porque falaram com fulano, amanhã se volte à direita tendo conversado com sicrano, criando no processo uma série de incongruências que, em alguns casos, são gritantes.
Vem tudo isto a propósito de taxas, vejam lá bem! Sabiam que vamos ter mais uma? Se calhar não sabem, pois é mais uma para inglês pagar e essas cá podem ser mesmo, mesmo, mesmo estúpidas que não importa.
Relembro que ainda há pouco tempo criaram a taxa turística, cobrada nos hotéis e AL’s. Porque, depois de aprovarem empreendimentos como se não houvesse amanhã, sem qualquer regra ou critério e contrariando inclusivamente aquilo que os próprios taxadores estabeleceram como limites, descobriram que os turistas parece que pressionam as cidades.
A pressão turística é, pelos vistos, conceito híbrido. Para efeitos de cobrança de taxas, ela existe e justifica-se. Já quando se trata de analisar a capacidade de carga, aí já não se passa nada e ainda aguentamos mais um bom bocado.
Relembro que, em cima da taxa turística, os ditos ingleses começaram também a pagar taxas nas levadas. Mas só em algumas, que outras há que têm espaço e condições a rodos! E lixo também…
Também não são todos que pagam, porque ao contrário dos hotéis, que são multados se não exercerem a sua função de cobrador convenientemente, em relação ao Estado o Estado tem outro grau de tolerância. Quase nunca está lá gente a verificar, mas imagino que isso se deva ao facto de partirem do princípio de que ninguém sai de casa sem o seu Simplifica no bolso…
Agora, lembraram-se de taxar as rent-a-cars! Dizem que são muitas, demasiadas e não sou eu que o afirmo, pois não tenho caracteres suficientes para isso… É a entidade que as autorizou, sem acautelar nada, que agora lá se prepara para ir sacar uns eurinhos extra à conta dessas decisões.
Gostava imenso de saber qual o argumento para a criação desta nova taxa… Por acaso, agora que penso melhor, não é verdade! Todos sabemos o que vai ser dito e escrito, podendo portanto descansar pois, tal como em relação às outras duas taxas que aqui referi, tudo ficará resolvido com a respectiva implementação.
É simples, isto, afinal de contas e só ainda não percebi se temos ou não ingleses a mais…