Da saga, os incêndios...
Se ao longo dos últimos dias foi descoberto um conjunto significativo de “treinadores de bancada”, pôde-se ficar a saber que os jogadores em campo, nesta determinada circunstância, não disponham das qualidades necessárias à posição que ocupam.
Confesso, caro leitor, que ao escrever este texto não me ocorria por onde começar, tantas são as considerações que aquilo que aconteceu recentemente merece. Antes de mais, importa dizer que a abordagem desta matéria, pelo menos no que a mim diz respeito, será sempre política e não técnica – quanto a esta última, deixarei aos ilustres peritos que dirão de sua justiça, e não contribuirei para a trupe de “tudólogos” que invade cancerigenamente as redes sociais – átrio aberto da estupidificação dos que opinam com uma breguice e mediocridade próprias da demagogia mais primária e retrógrada.
A nossa débil Democracia, com apenas 50 anos de existência, deu-nos já uma lição muito básica: quem assume altos cargos políticos encerra em si um conjunto de responsabilidades que são previamente conhecidas antes da predisposição para, sequer, ponderar aceitá-los. Os cargos políticos trazem consigo um conjunto infindável de deveres que um cidadão comum não conhece, porque lhe foram confiadas as chaves do poder que se relaciona, em última análise, direta e inequivocamente, com a vida real das pessoas. O serviço público tem, obrigatoriamente, que ser compaginável com o sentido de dever, missão e compromisso, ainda que isso culmine em ténues implicações diretas na vida pessoal daqueles que aceitaram, de livre e espontânea vontade, servir o povo.