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Não tenho medo de lutar pelas minhas convicções

Fui apupada no Conselho Regional do PSD Madeira da passada quinta-feira, apenas e tão só, por ter manifestado no local próprio, uma opinião divergente da solução da maioria.

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa de convicções e de pensamento livre e que nunca abandono uma causa ou deixo de lutar por aquilo em que acredito, sobretudo quando o que está em causa é a Madeira e o seu futuro.

Enfrentei várias vezes a liderança nacional do PSD para defender a Madeira e agora discordei da estrutura regional por entender que o caminho proposto, não é o melhor para a nossa Região.

Quem está na política, tem de ter a coragem de defender os seus ideais, mesmo que isso signifique ficar isolado de tudo e de todos.

Curiosamente, até não estou isolada, já que o Presidente Alberto João Jardim também defende a mesma solução.

Conforme referi na altura, nada, nem mesmo alguns apupos me demovem de manifestar a minha opinião, como madeirense e militante do PSD, um partido onde se pode falar de forma livre.

Considero que os madeirenses não ganham nada, em não ter um orçamento regional aprovado já na próxima semana.

Para mim, colocar a Madeira em primeiro lugar é garantir a aprovação urgente do Orçamento. Não faz sentido, adiar esta aprovação até que seja indicado e formalizado um novo Governo, nem colocar os madeirenses em “standby”.

A Madeira também não ganha nada em ter um novo Governo para meia dúzia de meses. Até porque dadas as atuais circunstâncias, toda e qualquer substituição governativa, terá sempre um problema sério de legitimidade e de autoridade.

Mas, se já estava preocupada, com as notícias que envolvem a Madeira, o sinal que foi dado pelos presentes na reunião do Conselho Regional, de intolerância a opiniões diferentes, fizeram-me ter a certeza que é urgente convocar eleições e fazer uma clarificação do papel e dos valores do PSD na sociedade madeirense.

A social - democracia deve gerar paixões, movimentar multidões, alimentar discussões e suscitar polémicas e estar sempre, mas sempre próxima das bases e junto do povo.

O PSD não é conformista, pelo contrário é reformista e nunca abandona as suas causas.

O PSD é um partido que se orgulha da pluralidade de opiniões, que ouve e conta com todos e que nunca deixa de marcar a diferença.

O PSD não é de uma “cúpula”, ou de um grupo restrito de duas ou três pessoas que condiciona e decide o futuro da Madeira, nas costas de todos.

Não tenho dúvidas de que este ciclo do partido terminou e que precisamos de virar rapidamente esta página, de escolher uma nova liderança e de regenerar o partido.

Quanto mais tempo, demorarmos a fazê-lo pior será.

Temos bons quadros, pessoas credíveis e competentes para fazê-lo, mas precisamos de lhes dar uma oportunidade e de mudar urgentemente de protagonistas.

O tempo é de preparar as eleições regionais, que serão antecipadas e de decidir como, com quem e com que programa o PSD se vai apresentar.

Não podemos também descurar a importância das próximas eleições de 10 de março, para a escolha dos nossos representantes na Assembleia da República.

Não podemos perder mais tempo.

É altura de pôr as mãos à obra para voltar a conquistar a confiança e o voto dos madeirenses e dos porto-santenses.

Eu acredito que é possível.