"A viagem de Luís Montenegro à Madeira no dia das eleições está a causar incómodo no PSD local e há quem tente demover o líder nacional de fazer uma reunião da Comissão Permanente no domingo, no Funchal", noticia esta manhã o jornal semanário Expresso.

Citando comentário de fonte social-democrata local, argumenta que o desconforto é "por motivos óbvios", uma vez que "é o dia do sufrágio em que o PSD espera recuperar a maioria absoluta perdida em 2019 — cenário para que todas as sondagens apontam nesta altura — e onde a presença do líder pode tirar espaço aos que se consideram os verdadeiros obreiros da mais do que provável vitória".

A vinda de Montenegro "não só não traz ganhos eleitorais — 'ainda perdemos deputados', ironiza outro responsável — como é um incómodo para autonomistas e regionalistas convictos", garante o Expresso. "Há tradições que é importante manter", diz outro elemento ouvido pelo semanário, "referindo-se ao facto de nunca um líder nacional visitar o arquipélago em cima das vitórias social-democratas. O que não é pouco, visto que aqui o PSD ganha eleições há quase 50 anos".

E reforça que "fontes ouvidas pelo Expresso dizem que a viagem de Montenegro partiu de iniciativa própria", sendo que na agenda "inclui um almoço e uma arruada no Funchal esta sexta-feira, com o presidente do PSD a regressar logo depois ao continente". E conclui: "Até voltar à Madeira para o dia D. E ter outra reunião da CP na segunda-feira, dia habitual dos encontros. Às abordagens sobre esta agenda, os sociais-democratas do arquipélago reagem com um sorriso amarelo. Um deles explica a sensação de pouca utilidade da visita com uma pergunta: 'O Luís não vota aqui, pois não?'"