Madeira

Bombeiros da Ribeira Brava denunciam “suborno” para participar em iniciativa com Pedro Ramos

Voluntários queixam-se do momento escolhido para a cerimónia e queixam-se do que dizem ter sido cortes nas ajudas de custo destinadas à compensação para alimentação e transporte

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Foto DR/Arquivo

Vários elementos do corpo de Bombeiros Mistos da Ribeira Brava e Ponta do Sol denunciaram, ao DIÁRIO, o que consideram ser um “suborno” por parte da direcção da instituição com vista a mobilizar os operacionais para uma iniciativa, logo à tarde, em que vai estar presente o secretário regional de Saúde e Protecção Civil.

Em causa está a postura assumida pela Associação Humanitária de Bombeiros da Ribeira Brava e Ponta do Sol perante a recusa de vários elementos da corporação em participar na cerimónia de promoção de sub-chefe a chefe de um elemento e, ao mesmo tempo, o Compromisso de Honra de quatro novos bombeiros estagiários que passam a bombeiros voluntários de 3.ª classe, bem como a entrega de Medalhas de Assiduidade. 

De caminho, denunciam a escolha do momento, por estarmos em período de campanha eleitoral, alegando que a promoção já ocorreu há várias semanas e a escola de bombeiros terminou há mais de um mês, sendo que um dos elementos até já não se encontra na Região. 

Para não arriscar ter pouco público para a visita de Pedro Ramos, e depois da ‘nega’ da maioria dos bombeiros voluntários e profissionais, a direcção resolveu contactar cada um deles, dando conta de que seriam pagos 8 euros à hora a quem participasse na formatura de logo à tarde.

A indignação é ainda maior perante o corte nas ajudas de custo que eram pagas aos elementos voluntários, sem aviso prévio. Alguns bombeiros com quem o DIÁRIO chegou à fala, que pedem para não serem identificados por temerem ser alvo de represálias, apontam que essas ajudas diziam respeito à alimentação e foram retiradas após o aumento de 10 euros de que foram beneficiários.

O certo é que, desde o passado sábado que todos os que recusaram participar na formatura de hoje foram contactados por elementos da instituição, ao que nos relatam, para os demover dessa falta, apresentando-lhes a contrapartida do tal pagamento de 8 euros por hora, tanto aos voluntários, como aos profissionais que venham a participar no encontro.

Ontem foram novamente pressionados, por telefone, a aceitar o que dizem ser um “suborno” e “engodo” em tempo de eleições.

Os voluntários do corpo de Bombeiros Mistos da Ribeira Brava e Ponta do Sol já pediram para serem ouvidos pela direcção da instituição, mas até à data não obtiveram qualquer resposta e lamentam que “quem manda” tenha tempo para assinar pareceres e não tenha tempo para os ouvir.

Os bombeiros descontentes prometem não se demover da luta por melhores condições de trabalho e salariais e lamentam que a tutela não ouça as suas queixas.