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Funchal: Desafios para o Futuro - Mobilidade

Continua a ser fundamental a questão da rotatividade dos estacionamentos

Um dos grandes desafios que o Funchal enfrenta presentemente é o da mobilidade. Este desafio exige de todos nós um trabalho árduo, aliás, já iniciado. Uma tarefa agora facilitada, graças à cooperação e colaboração profícua e institucionalmente responsável existente com o Governo Regional, que permite juntar o melhor dos nossos esforços para solucionar esta situação que realmente preocupa os funchalenses e que é importante resolver.

À população fixa permanente e residente no Funchal, devemos considerar muitos cidadãos dos concelhos limítrofes, podendo ultrapassar os 200 mil habitantes, permanentes.

É no Funchal, onde decorre a maioria das atividades económicas, mas também sociais e culturais. É no Funchal onde existe a maioria de hotéis, alojamento local, restaurantes, comércio e serviços, escolas, jardins de infância, universidade, hospitais e outras infraestruturas de saúde de maior dimensão, incluindo privadas.

É no Funchal que se situa o porto que acolhe os navios de cruzeiro que chegam à nossa Região, que recebe anualmente algumas centenas de milhares de turistas, cujo movimento tem vindo a aumentar gradualmente. Só este ano e nos primeiros cinco meses, já tivemos a visita de mais de 320 mil passageiros.

Estamos mesmo a ter o melhor e maior ano turístico de sempre. Nos primeiros seis meses já entraram, na Madeira, mais de 1 milhão de turistas, o que, economicamente, é um excelente registo para Região e para os madeirenses.

Obviamente que estes números causam uma sobrecarga em termos de mobilidade. Os turistas de agora são cada vez mais viajantes individuais, isto é, já não vêm organizados em grupos como antigamente, com as tradicionais excursões de autocarros. Atualmente, são muitos mais os turistas que alugam viaturas e utilizam a nossa rede viária, daí assistirmos ao crescimento exponencial de empresas de rent-a-car e de entrada de viaturas (600 por mês).

Esta nova realidade, a que se junta o facto de, nos concelhos limítrofes do Funchal, a rede de transportes públicos, nomeadamente no que se refere às viagens de e para o Funchal, não estar ainda suficientemente desenvolvida, obriga-nos a pensar, seriamente, nos problemas da mobilidade, almejando o reforço dos transportes públicos e a melhoria de algumas áreas críticas na rede viária.

A verdade é que, juntando a população residente no Funchal, à população que trabalha nesta cidade ou que vem ao Funchal para um conjunto de serviços, mas é oriunda de outros concelhos, se adicionarmos a estes os turistas que nos vistam diariamente, quer pelo porto do Funchal, quer os que chegam pelo aeroporto e que estão hospedados na cidade, temos uma média diária de mais de 200 mil pessoas.

Como é natural, a mobilidade ressente-se, mais ainda quando atravessamos, nestes últimos anos, um “boom” acentuado de construção, o que provoca sempre constrangimentos.

Estamos, todavia, a trabalhar em articulação com o Governo Regional para encontrar as melhores soluções. Não há dúvida de que a construção das novas ligações, em túnel, dará um grande contributo para melhorar, substancialmente, este desafio.

No entanto, é imperioso que este desafio tenha também a colaboração de outras autarquias, nomeadamente, no que se refere a uma melhoria na frequência das ligações de transportes públicos de e para o Funchal.

Por outro lado, quero aqui também salientar que continua a ser fundamental a questão da rotatividade dos estacionamentos de modo a melhorarmos a mobilidade interna. Já demos alguns passos nesse sentido e vamos continuar esse trabalho, sem esquecer as zonas comerciais de algumas freguesias, assim como as bolsas de estacionamento nas zonas altas.