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Sánchez acredita ter condições para ser reconduzido primeiro-ministro

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O líder do Partido Socialista espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, disse hoje acreditar que tem condições para reunir os apoios parlamentares necessários para voltar a encabeçar o governo de Espanha, após as eleições legislativas de 23 de julho.

Sánchez, que é também o primeiro-ministro em funções, disse que o PSOE acredita "ter condições para reunir os apoios parlamentares exigidos" para voltar a formar governo, "como ficou comprovado" na semana passada durante a eleição da presidência do Congresso dos Deputados (o parlamento espanhol), que ficou nas mãos dos socialistas.

O líder do PSOE falava aos jornalistas em Madrid, depois de ter sido recebido pelo chefe de Estado de Espanha, o Rei Felipe VI, que está a fazer uma ronda de audiências com os partidos que conseguiram assento parlamentar com o objetivo de indicar um candidato a primeiro-ministro, que terá de ser votado e aprovado pelo plenário dos deputados.

Sánchez disse que transmitiu ao Rei a sua "vontade de trabalhar" para reunir os apoios parlamentares necessários para ser reconduzido como primeiro-ministro, à frente de um governo de coligação do PSOE com o Somar (extrema-esquerda).

O PSOE foi o segundo mais votado nas eleições de 23 de julho, mas tem mais apoios no parlamento do que o vencedor das legislativas, o Partido Popular (PP, direita), pelo que aspira a formar governo com os votos dos deputados de uma 'geringonça' de forças regionalistas, nacionalistas e independentistas.

"Só há uma maioria parlamentar possível, uma maioria progressista liderada pelo PSOE, não há outra alternativa", afirmou hoje Sánchez.

O líder do PSOE escusou-se a falar sobre as negociações com os partidos independentistas espanhóis por considerar que primeiro é preciso conhecer a decisão de Felipe VI.

"A democracia tem a sua liturgia e estamos agora pendentes da decisão do Rei. Falar sobre qual vai ser o processo de negociação que eu abra como potencial candidato [a primeiro-ministro] penso que é prematuro porque temos de saber qual será a decisão que vai tomar o chefe de Estado", disse, em resposta a questões dos jornalistas sobre as reivindicações de amnistia para dirigentes catalães protagonistas da declaração de independência da Catalunha em 2017.

Ainda assim, Sánchez defendeu que "o diálogo é o método e a Constituição é a moldura" no caso da Catalunha, prometendo "coerência" se voltar a ser primeiro-ministro em relação aos últimos quatro anos, quando o governo que liderou indultou dirigentes catalães condenados pelo processo de 2017 e mudou o Código Penal, beneficiando outros que estão ainda pendentes de decisões judiciais.

Sánchez considerou que o resultado das eleições de 23 de julho na Catalunha, onde os socialistas venceram e os partidos independentistas perderam terreno, ratificam as políticas que adotou nos últimos quatro anos.

"É evidente que a sociedade catalã apoia de forma inequívoca" a via do diálogo e da convivência, reforçou.

Sobre as negociações com o partido do antigo presidente do governo regional catalão Carles Puigdemont, que vive na Bélgica desde 2017 para fugir à justiça, Sánchez sublinhou que o Juntos pela Catalunha (JxCat) tem uma representação parlamentar eleita democraticamente e de forma legítima.

O líder do PSOE disse ainda que se o Rei de Espanha indicar o presidente do PP, Alberto Níñez Feijóo, como candidato a primeiro-ministro após a primeira ronda de audiências dos partidos, os socialistas respeitarão e apoiarão a decisão de Felipe VI.

O Rei de Espanha termina hoje à tarde a ronda de audições, com um encontro com o líder do PP.