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PM chinês acredita no desanuviamento das relações entre Pequim e Washington

Foto JULIEN DE ROSA/POOL/AFP
Foto JULIEN DE ROSA/POOL/AFP

O primeiro-ministro chinês Li Qiang afirmou no sábado acreditar no desanuviamento das relações entre Pequim e Washington, após o início da visita da secretária norte-americana do Tesouro, Janet Yellen, a Pequim. 

"Ontem (quinta-feira), quando saíram do avião, vimos um arco-íris" sobre Pequim, disse Li Qiang, referindo-se à chegada da comitiva norte-americana. 

"Penso que isto também se aplica às relações entre a China e os Estados Unidos (...) podemos ver um arco-íris", afirmou o primeiro-ministro da República Popular da China. 

De acordo com um comunicado da secretaria de Estado do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen disse a Li Qiang que os Estados Unidos pretendem "competição económica sã" com Pequim mas advertiu que Washington vai tomar "medidas para proteger a segurança nacional" em alguns casos.

"Procuramos competição económica sã com base em regras que podem beneficiar ambos os países. Há desafios globais perante os quais ambos os países devem cooperar. Mas, os Estados Unidos, em certas circunstâncias, devem tomar medidas específicas para protegerem a segurança nacional, algo em que poderemos estar em desacordo", afirmou Janet Yellen em Pequim.

A viagem de Yellen à República Popular da China termina no domingo e ocorre duas semanas após a deslocação do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken a Pequim, numa tentativa de atenuar as tensões entre as duas potências. 

Yellen acrescentou durante o encontro com o primeiro-ministro da República Popular da China que a "viagem pretende aprofundar esforços construtivos" para que os dois países possam "abordar os desafios globais" e a "estabilidade macroeconómica". 

"A China e os Estados Unidos têm o dever de cooperar e mostrar liderança em relação aos próprios países como em relação ao resto do mundo", disse ainda Janet Yellen. 

A secretária do Tesouro frisou que os desacordos entre as duas potências não devem provocar "mal-entendidos" que "agravem de forma desnecessária" as relações económicas e financeiras entre Washington e Pequim. 

Esta visita decorre nove meses depois Washington ter imposto restrições à exportação de semicondutores e outros materiais de fabrico norte-americano, uma medida para limitar a capacidade de Pequim para fabricar peças necessárias para o funcionamento de supercomputadores ou sistemas militares dotados de tecnologia de ponta.