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Jornalista e advogada condenados a seis anos de prisão na Bielorrússia

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Um jornalista bielorrusso do jornal Belsat e uma advogada que defendeu presos políticos foram condenados cada um a seis anos de prisão, por "extremismo", denunciou hoje a Associação de Jornalistas da Bielorrússia, país onde se acumulam sentenças semelhantes. 

Segundo a associação, Pavel Majeika e Yulia Yurguilevitch foram acusados de "promover o extremismo" na Bielorrússia, aliada de Moscovo e liderada desde 1994 pelo Presidente Alexander Lukashenko. 

O Ministério Público acusou a advogada de ter informado o jornalista de outro processo criminal, o de Ales Pouchkine, artista e preso político que morreu em julho aos 57 anos enquanto estava na prisão. 

O Belsat, um meio de comunicação da oposição, foi declarado "extremista" pelas autoridades bielorrussas em 2021 e vários dos seus jornalistas já receberam sentenças pesadas. 

Pavel Majeika e Yulia Yurguilevitch deixaram a Bielorrússia, como milhares de seus compatriotas que fugiram da repressão, mas retornaram ao país em agosto de 2022, quando foram detidos.

A advogada e o jornalista recusaram-se a depor no tribunal e viraram as costas para os fotógrafos e para os operadores de câmara no banco dos réus.

Lukashenko protagoniza uma repressão implacável contra qualquer voz crítica desde 2020. Muitos opositores, jornalistas e ativistas de direitos humanos foram condenados a pesadas penas de prisão.

Segundo a organização não-governamental de defesa e promoção dos direitos humanos Viasna, ela própria alvo da repressão, a Bielorrússia tem cerca de 1.500 presos políticos.