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Sindicato recusa pressão para que tripulantes da easyJet aderissem à greve

Foto PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP
Foto PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) refutou hoje qualquer pressão agressiva para que os tripulantes da easyJet aderissem à greve e considerou que as declarações da companhia sobre os serviços mínimos "roçam o ridículo".

Numa mensagem enviada aos associados, a direção do SNPVAC "refuta qualquer pressão agressiva aos seus associados para não operar os voos" e "recorda à empresa a percentagem de associados - superior a 90% - de reprovação à proposta apresentada no dia 04 de julho".

"Esta campanha de desinformação atinge níveis ridículos, sobretudo quando são os representantes da empresa que têm vindo a pressionar os tripulantes de maneira a operar voos, não só em Faro como em Lisboa, "ameaçando" com o fecho daquela primeira base", argumenta.

Em causa estão as declarações da easyJet na sexta-feira, que numa nota enviada à Lusa acusou o sindicato de "ter pressionado de forma muito agressiva os seus membros a não operarem e a perturbarem intencionalmente os planos de viagem dos passageiros, deixando-os retidos e cancelando as suas merecidas férias" e afirmou esperar um "nível mais elevado de serviços mínimos" durante a greve.

Para o SNPVAC, as declarações da easyJet sobre os serviços mínimos "roçam o ridículo", argumentando que a empresa não conseguiu "cumprir a totalidade dos serviços mínimos decretados nas anteriores paralisações".

Na nota de hoje, o sindicato justifica ainda que "perante a multiplicidade de oferta aos passageiros assegurada por outras companhias aéreas, não há necessidade de serem decretados serviços mínimos".

"Contudo, não podemos deixar de enaltecer a verticalidade da tutela, como do Ministério do Trabalho, que apesar da pressão exercida pela empresa (nem sempre da forma mais ética), manteve o mesmo número de serviços mínimos que tinha decretado nas greves anteriores", acrescenta.

O SNPVAC destaca ainda o contributo das bases portuguesas "nos 234 milhões de euros de lucros no primeiro trimestre" e sublinha que a proposta da empresa está "muito abaixo da acordada em Espanha, que, ao contrário de Portugal, apenas tem uma base permanente".

Os tripulantes de cabine da easyJet iniciaram na sexta-feira uma greve que se prolonga até terça-feira para reivindicar condições semelhantes às das bases da transportadora noutros países.

A companhia aérea afirmou esta tarde que a adesão à greve dos tripulantes de cabine hoje, por volta das 18:00, era de 50%, enquanto o sindicato apontou para cerca de 90%.