Madeira

Centro cultural e tecnológico abre em Setembro mas há entraves aos vistos de residência de bolseiros

Foto Miguel Espada/Aspress
Foto Miguel Espada/Aspress

O centro cultural e de investigação que vai funcionar nas instalações do antigo matadouro do Funchal deve abrir até à primeira quinzena de Setembro, mas há dificuldades na aceitação de candidaturas de bolseiros devido a atrasos na concessão de vistos de residência. O balanço foi feito pela vice-presidente da Câmara do Funchal, no encerramento da conferência do Fórum de Emprego que decorreu durante a manhã na sala da Assembleia Municipal.

Cristina Pedra descreveu que o novo centro terá 80% da área reservada para actividades culturais e 20% para investigação, sendo que é em relação a esta última componente que a autarquia enfrenta algumas dificuldades na obtenção de vistos de residência para bolseiros oriundos de países de fora da União Europeia. Foram recebidas candidaturas de bolseiros de países como Reino Unido, Canadá, Colômbia, Tanzânia, Índia e Irão que estão a aguardar por uma autorização. A responsável referiu que há boa procura pelas vagas de bolseiros, pelo que a CMF vai abrir um novo concurso, para actividades com vigência até 2025.

A vice-presidente da Câmara explicou que o Fórum de Emprego vem fomentar o encontro de empregadores e de candidatos a empregos, isto num momento em que o mercado de trabalho enfrenta desafios de adaptação e várias dificuldades. Desde logo, a insatisfação dos trabalhadores, já que 80% dos empregados deseja mudar de trabalho, o que, na óptica de Cristina Pedra, “é péssimo”. Por outro lado, “a maior parte dos empresários tem habilitações inferiores” à média dos seus trabalhadores e há ainda o problema da exiguidade do mercado. “São obstáculos que não permitem uma ruptura cultural, numa sociedade que terá de se adaptar a uma nova forma de trabalhar”, comentou a vice-presidente da CMF, que defendeu mudanças no Código do Trabalho que permitam uma flexibilidade laboral que favoreça tanto as empresas como os trabalhadores. “Ou pensamos no futuro ou continuamos no triste fado, nesta ladainha. É preciso muita coragem, muita capacidade de trabalho, competência, autoconfiança e, sem dúvida, muita resiliência”, rematou.