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Ataque aéreo num mercado da Síria mata nove pessoas e faz dezenas de feridos

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Um ataque aéreo registado hoje no movimentado mercado de vegetais no noroeste da Síria matou pelo menos nove pessoas, disseram ativistas e socorristas locais.

Ativistas e monitores de guerra do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, baseados na Grã-Bretanha, disseram que a Rússia, um dos principais aliados do Presidente sírio, Bashar Assad, lançou o ataque sobre a cidade estratégica de Jisr al-Shughur, localizada perto da fronteira com a Turquia e que está controlada pela oposição.

O ataque ocorre um dia depois de o grupo mercenário russo Wagner se ter revoltado contra o Presidente russo, Vladimir Putin.

A organização de defesa civil do noroeste da Síria, controlada pela oposição, conhecida como 'Capacetes Brancos', disse que mais de 30 pessoas ficaram feridas e espera que o número de mortos aumente.

"Ouvimos dizer que os feridos graves morreram depois de chegar ao hospital", disse Ahmad Yaziji, dos 'Capacetes Brancos', à Associated Press, acrescentando que foi um ataque direcionado ao principal mercado de vegetais, onde os agricultores do norte da Síria se reúnem para fazer negócio.

Os agricultores levaram os feridos para o hospital em camiões de legumes, enquanto os ativistas partilhavam pedidos urgentes de doações de sangue.

Nem a Síria nem a Rússia comentaram este ataque aéreo, embora Damasco, a capital da Síria, diga que os ataques na província do noroeste têm como alvo grupos insurgentes armados.

O noroeste da Síria é controlado principalmente pelo grupo militante Hayat Tahrir al Sham, bem como por forças apoiadas pela Turquia.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição, garantindo que não vai deixar acontecer uma "guerra civil".

Antes, o chefe do grupo paramilitar acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações que expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.

Ao final da tarde deste sábado, o chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, acabou por suspender as movimentações da rebelião contra o comando militar russo, depois de ter negociado um acordo com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.