Madeira

Centro de Saúde do Porto Santo com o dobro de atendimentos diários

Excessos da noite no 'São João', quedas de bicicleta e mais ocorrências na praia motivam reforço de profissionais na unidade

Foto DR
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Os profissionais de saúde do Centro de Saúde do Porto Santo têm sentido na pele as dores de crescimento turístico do destino. Nestas festas de São João, que mais se parecem com o pico de Verão, o serviço de urgência da unidade duplicou o número de elementos, porque também se multiplicaram as ocorrências.

“Sempre que há uma previsão de aumento dos visitantes no Porto Santo há um reforço dos profissionais no serviço de urgência para dar resposta”, explica a directora do Centro de Saúde, Laura Faria, precisando que são dois os médicos de serviço, enquanto o número de enfermeiros sobe para três.

Ajustes que se explicam, essencialmente, com “as situações relacionadas com as festas”, nomeadamente “alguns excessos, não só dos mais jovens”, mas de todas as idades. No entanto, não é só durante a noite ou madrugada que os casos se sucedem.

Há alguns excessos, mas também há mais acidentes de bicicleta, porque as pessoas aproveitam muito para fazer desporto e muitas não estão habituados a andar, além de que com o aumento do trânsito este tipo de situações também aumentam, porque aumenta o movimento do número de carros em circulação. Laura Faria

“Temos, depois, com o começo das idas à praia, aquelas coisas normais de Verão, que são as queimaduras com águas-vivas, as picadas de peixe-aranha e as queimadoras solares, que também acontecem bastante. Infelizmente as pessoas, mesmo com a muita informação que existe, continuam a apanhar sol nas horas que não devem”, precisou.

Nova unidade já arrancou

“Todas as pessoas” que vivem no Porto Santo “sentem” que “o movimento está a crescer, a procura está a aumentar, não só para férias, como também para residência”, pelo que a nova Unidade de Saúde Local será importante.

"Vamos melhorar as instalações, vamos melhorar as nossas áreas, vamos melhorar a oferta que temos à população - principalmente à população do Porto Santo - porque vamos ter uma unidade de cuidados continuados, cuidados paliativos e o internamento com maior número de camas”, mencionou.

Governo avança com obra da nova Unidade de Saúde do Porto Santo

Primeira fase da empreitada tem um custo de aproximadamente 4,2 milhões de euros

A procura “está a ser cada vez maior aos cuidados de saúde, aos centros de saúde, e a necessidade de mais profissionais vai surgir”, aliás, “o que já se faz sentir neste momento e vai ser cada vez maior”.

Nós temos muitos estrangeiros que querem vir e vir para cá, mas por terem alguns problemas de saúde não sentem que vão ter aquela resposta que precisam e, então, acabam por se fixar na Madeira. Ainda assim, com a vinda da EMIR e com a nova unidade já se sente outra segurança por parte das pessoas e já se sente que as pessoas querem ficar cá a viver. E nós temos sentido isso no número de inscrições, de pedidos de inscrição de novos residentes que têm sido feitos no centro de saúde, que têm sido superiores aos anos anteriores. Laura Faria

Embora a telemedicina garanta actualmente “uma resposta muito boa” e que “funciona bastante bem”, Laura Faria defende ser “inevitável que a resposta à população tenha que aumentar, principalmente o número de médicos de família, o número de enfermeiros, assistentes operacionais e assistentes técnicos”.