Regionais 2023 Madeira

PSD defende eleições na Madeira em 24 de Setembro e rejeita "linhas vermelhas"

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Foto: Site da Presidência da República

O presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, defendeu hoje que "a data mais adequada" para as eleições regionais deste ano é 24 de setembro e rejeitou "linhas vermelhas" quanto a futuros entendimentos da coligação PSD/CDS-PP com outros partidos.

Em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, o dirigente social-democrata e presidente do Governo Regional da Madeira considerou que será possível nesta data realizar eleições com "uma participação elevada dos eleitores".

Quanto a futuras alianças, interrogado em concreto sobre o Chega, Miguel Albuquerque considerou "uma hipótese muito remota" a de PSD e CDS-PP, que concorrem coligados, não conseguirem maioria absoluta para governar e terem de fazer "acordos parlamentares num quadro eleitoral pós eleitoral com qualquer partido eleito".

No entanto, não afastou futuros entendimentos com qualquer dos outros partidos. "Nós não estabelecemos linhas vermelhas, porque qualquer partido que é aceite no Tribunal Constitucional e que faz parte do jogo do quadro político democrático deve ser, em todos os cenários de uma democracia liberal, interlocutor privilegiado para qualquer questão", argumentou.

"Essa ideia de se estabelecer linhas vermelhas é uma ideia que é uma armadilha que foi inventada pelo PS para condicionar o PSD. Esta é a minha opinião. A linha vermelha é um exercício político muito bem feito para enganar incautos. E porquê? Para condicionar as atividades do PSD", sustentou o social-democrata.

Para Miguel Albuquerque, o mesmo se aplica no plano nacional: "O PSD é o segundo partido nacional, o PSD tem de ir para as eleições para ganhar, portanto, não se vai condicionar, não vai pôr quais são as questões antes das eleições, o que é que vai fazer depois".

O presidente do Governo Regional da Madeira fez um paralelismo à esquerda com o PCP, que apontou como uma das forças "que não são partidos democráticos", defensoras do "totalitarismo comunista", e em relação à qual em legislativas prevê que "o PS vai dizer que obviamente também não tem essa linha vermelha".

Ainda sobre o Chega, Miguel Albuquerque referiu que na Madeira "não tem o peso" que tem no continente, e alegou que isso acontece porque a sociedade madeirense "não está polarizada nem radicalizada", porque é governada "em função da coesão social".

Questionado sobre as críticas do presidente do PS/Madeira, Sérgio Gonçalves, ao seu Governo, o social-democrata desvalorizou-as, dizendo que isso "é recorrente", acontece "há 40 e tal anos" e baseia-se "no preconceito e no ressentimento".

Miguel Albuquerque descreveu a liderança dos socialistas na Madeira como "uma liderança errática", que "é mais do mesmo, o mesmo partido que perde as eleições há 47 anos", sem "nenhuma alternativa relativamente às políticas que são prosseguidas na Região Autónoma da Madeira".

A Lei Eleitoral da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira determina que as eleições para nova legislatura se realizam "entre o dia 22 de setembro e o dia 14 de outubro do ano correspondente ao termo da legislatura" e que "o dia das eleições deve recair em domingo ou feriado".

O PSD foi hoje o último partido a ser ouvido pelo Presidente da República, que de acordo com a lei deve marcar as eleições regionais "com a antecedência mínima de 60 dias ou, em caso de dissolução, com a antecedência mínima de 55 dias".

A data de 24 de setembro teve o apoio também de PS, CDS-PP e Juntos Pelo Povo (JPP) e apenas a discordância do PCP, que defendeu que as eleições regionais devem ser em outubro.

Miguel Albuquerque governa esta região há oito anos, desde abril de 2015, depois de perto de quatro décadas com Alberto João Jardim à frente do Governo Regional e do PSD da Madeira.

Após a saída de Jardim, o PSD liderado por Miguel Albuquerque venceu as regionais antecipadas de 29 de março de 2015 com 44% dos votos, conseguindo a sua 11.ª maioria absoluta no parlamento madeirense, com 24 lugares em 47.

Nas últimas eleições regionais, de 22 de setembro de 2019, os sociais-democratas, com cerca de 40% dos votos, perderam pela primeira vez a maioria absoluta na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, elegendo 21 deputados num total de 47, e formaram um Governo de coligação com o CDS-PP, que tem três eleitos.