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Número de mortos na região semiautónoma da Somalilândia subiu para cerca de 40

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O número de mortos em confrontos na cidade somali de Las Anod entre tropas da região semiautónoma da Somalilândia e milícias locais aumentou para cerca de 40, e o de feridos para mais de 150, confirmaram as autoridades.

Fontes ligadas a milícias de clãs que combatem as tropas da Somalilândia informaram que estas tomaram o controlo de parte da cidade, e o presidente da câmara de Las Anod denunciou mesmo o ataque contra hospitais, mesquitas e outros espaços públicos.

O Presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, apelou esta quarta-feira a uma solução pacífica para os confrontos em Las Anod, que provocaram até agora cerca de 80.000 deslocados.

Hassan Sheikh Mohamud pediu às partes em conflito que ponham fim aos confrontos para que possa ser aberto um processo de diálogo, e transmitiu as condolências às famílias das vítimas, sublinhando que a vontade da população "não pode ser roubada à mão armada", referindo-se às operações de segurança das forças da Somalilândia, de acordo com o portal de notícias Somali Guardian.

Os confrontos começaram no passado fim-de-semana e incluíram o uso de armas pesadas, segundo testemunhas citadas pelo portal Goobjoog News, e os combates ter-se-ão expandido a outras áreas nas regiões de Sool e Sanaag.

As Nações Unidas pediram uma investigação "imparcial".

Os incidentes ocorreram horas depois de líderes de clãs regionais terem divulgado lealdade às autoridades federais, enfatizando que cumpririam a Constituição somali, o que provocou uma reação crítica das autoridades da Somalilândia, que alegaram ainda ter sido vítimas de um ataque a uma base militar em Las Anod, acusando os líderes desses clãs se serem responsáveis por vários ataques contra as suas forças nas últimas semanas.

A cidade de Las Anod tem sido palco de manifestações desde o final de dezembro para exigir que as autoridades da Somalilândia desistam das reivindicações sobre a cidade, que controlam há cerca de 15 anos, e cujo domínio é caracterizado em parte pela expulsão forçada de mais de 7.200 locais nos últimos meses.

Os protestos visam principalmente o presidente da Somalilândia, Muse Bihi Abdi, a quem acusam de orquestrar assassínios políticos contra rivais e de manter no poder com um mandato ilegítimo, que terminou em dezembro, sem tivessem sido realizadas eleições até agora "por razões técnicas", segundo as autoridades.

As eleições foram agendadas para 13 de novembro de 2022, um mês antes do fim do mandato do Presidente, e essa convocação foi considerada um marco para um território, que passou décadas a tentar obter reconhecimento internacional depois de declarar a independência em relação à Somália em 1991.