Madeira

Taxa de abandono escolar diminuiu para 9,4% na Madeira

Desde 2013, quando era de 28%, o abandono precoce de educação e formação diminuiu 18,6 pontos percentuais

Foto Shutterstock
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A taxa de "abandono precoce de educação e formação de 2022 (expressa em média móvel de 3 anos, único modo que permite a divulgação deste indicador para a RAM, face aos critérios de difusão em vigor) fixou-se em 9,4%, registando uma redução de 0,8 pontos percentuais (p.p) face ao ano precedente", informa hoje a Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM).

De acordo com os dados, resultantes do Inquérito ao Emprego (IE) bem como dados do ensino superior relativos ao ano letivo 2021/2022, "esta variável tem diminuído continuamente desde 2013 (primeiro ano da série), ano no qual atingia 28,0%, sendo que em nove anos decresceu 18,6 p.p.", assegura. E acrescenta: "Embora não de forma linear, há uma tendência de convergência da taxa de abandono precoce regional para a média nacional, que expressa em média móvel de 3 anos, se fixou em 6,9%, refletindo um diferencial de 2,5 p.p.. Em 2013, a taxa regional era superior à nacional em 7,2 p.p.."

Faz notar a DREM que, "em 2022, tal como nos nove anos anteriores, a taxa em questão é maior para os homens (12,6%) do que para as mulheres (6,1%). Depois de em 2020, o diferencial entre os dois géneros ter atingido um mínimo de 4,0%, o mesmo aumentou em 2021 e 2022 fixando-se, neste ano, nos 6,5 p.p.".

No que toca à "taxa de aprendizagem ao longo da vida", que "foi de 9,0%, valor idêntico ao de 2021", é "mais expressiva nas mulheres (9,5%) do que nos homens (8,6%)", sendo que "esta taxa tem vindo a oscilar, atingindo um máximo em 2018 (9,4%), reduzindo-se em 2019 para 8,9%, voltando a cair em 2020 para 7,9%, e posicionando-se em 9,0% nos dois últimos anos, conforme atrás referido. A nível nacional, a taxa de aprendizagem ao longo da vida aumentou 0,9 p.p., situando-se em 13,8%".

No que diz respeito às "taxas de escolaridade do nível de ensino básico e do nível de ensino secundário", refere a autoridade estatística que estas "registaram uma tendência crescente entre 2011 e 2021, mas diminuíram ligeiramente em 2022". E dá uma possível explicação. "No primeiro caso, o indicador reflete a proporção da população residente com idade entre 20 e 64 anos com pelo menos o 3.º ciclo do ensino básico completo, no total da população residente do mesmo grupo etário, tendo alcançado no último ano o valor de 69,7% (48,3% em 2011 e 70,2% em 2021)", enquanto que no segundo caso, "que representa a proporção da população residente que concluiu o nível de escolaridade secundário, no total da população residente com idade entre 20 e 64 anos, aumentou de 31,6% em 2011 para 53,8% em 2021, tendo decrescido para 52,1% em 2022. Considerando apenas o grupo etário 20-24 anos, esta última taxa atingiu na RAM em 2022 os 85,8%, refletindo um aumento de 5,0 p.p. face ao ano anterior. A nível nacional, as taxas de escolaridade, em 2022, eram de 80,5% no caso do ensino básico e de 63,0% para o ensino secundário".

Por fim, a "taxa de escolaridade do nível de ensino superior da população residente na RAM com idade entre 30 e 34 anos (média móvel de 3 anos) fixava-se em 35,3% em 2022 (43,6% nas mulheres e 27,5% nos homens)", e que "apesar desta percentagem ser ainda inferior à média nacional (42,1%), constitui o valor mais alto desde 2013 (1.º ano da série com a taxa igual a 27,2%)".

Percentagem dos jovens 'nem-nem' atinge mínimo

N que diz respeito à "percentagem de jovens (16-34 anos) não empregados que não estão em educação nem em formação (NEEF) - ou mais conhecido como 'nem-nem' - "fixou-se em 2022 em 13,3%, valor inferior em 4,2 p.p. comparativamente a 2021, constituindo o valor mínimo da série iniciada em 2011", garante.

"Note-se que este indicador diminuiu em todos os grupos etários, sendo a redução mais expressiva no grupo 20-24 anos (-7,9 p.p.). À exceção de 2011, a percentagem de jovens que NEEF foi sempre superior no grupo etário 25-34 anos, situando-se em 2022 em 16,0%, não ultrapassando os 10,4% no grupo 16-24 anos", sendo que "no ano que terminou, a taxa das mulheres entre 16 e 34 anos que não estão em educação nem em formação (14,5%) foi superior à dos homens (12,2%)", o que difere de todos os outros indicadores até aqui analisados. "À percentagem de NEEF de 13,3% em 2022 equivalem 8,0 mil jovens, dos quais 53,8% estavam inativos (4,3 mil) e 46,3% desempregados (3,7 mil)", considera, dados esses já divulgados no Inquérito ao Emprego divulgado na semana passada.

"A nível nacional, entre 2021 e 2022, assistiu-se também a uma diminuição da referida taxa, passando no grupo etário 16-34 anos de 10,7% em 2021 para 9,4% em 2022 (-1,3 p.p.). Neste último ano, a taxa das mulheres (9,8%) superou a dos homens (8,9%) em 0,9 p.p. Por grupo etário, em 2022, a taxa de jovens que NEEF com idade entre 16 e 24 anos situou-se em 7,2% (8,4% em 2021) e no grupo etário entre 25 e 34 anos foi de 11,3% (12,7% em 2021)".

Taxa de escolarização no ensino superior no máximo atinge 16%

Ainda de acordo com os "dados divulgados (fornecidos pela Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência - DGEEC), no ano letivo de 2021/2022, nos 8 estabelecimentos que ministravam o ensino superior na RAM, contabilizaram-se 4 mil alunos (mais 231 alunos que no ano letivo anterior) e 463 docentes (mais 62 face ao ano letivo anterior)".

Acrescenta que "do total de alunos inscritos, 89,5% frequentavam o ensino público e 10,5% o ensino privado", estabelecendo "a taxa de escolarização no ensino superior fixou-se em 16,0% em 2021/2022 (13,4% no ano letivo anterior), constituindo o valor mais alto desde o início da série (2003/2004)", há cerca de 18 anos.

"No ano letivo de 2021/2022, 9 mil alunos com residência na RAM estavam inscritos em estabelecimentos do ensino superior em Portugal", pelo que "desde 2015/2016, este indicador tem mantido uma tendência crescente", diz. E acrescenta: "Do total de alunos inscritos, 40,9% estudavam nos estabelecimentos de ensino da RAM, 26,9% na Área Metropolitana de Lisboa, 14,8% na região Norte, 13,2% na região Centro, 2,6% no Alentejo, 1,0% no Algarve e apenas 0,6% na Região Autónoma dos Açores."

Por fim, o tipo de curso/ciclo de estudo, em 2021/2022, concluem os dados que "é possível constatar que 64,9% dos alunos estavam inscritos em licenciatura 1.º ciclo, 13,8% em mestrado 2.º ciclo, 9,6% em mestrado integrado, 6,7% em curso técnico superior profissional e 2,9% em doutoramento e doutoramento 3.º ciclo e 2,1% em outros ciclos de estudo. Do total destes alunos, 90,9% estavam inscritos no ensino público e 9,1% inscritos no ensino privado".