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Embaixadora anuncia abertura de segunda entrada de ajuda humanitária a Gaza

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A embaixadora de Israel junto da ONU em Genebra, Meirav Eilon Shahar, garantiu que a ajuda humanitária que entra em Gaza aumentará a partir de hoje com a abertura de um segundo posto de controlo em Kerem Shalom.

Este posto de controlo vai juntar-se ao único que existia até agora e que se situava em Nitzana, também perto da fronteira entre Israel, o sul de Gaza e o Egito.

"Esta manhã abrimos esse controlo, são necessários controlos de segurança para garantir que só entra comida, medicamentos e água" em Gaza, sublinhou a embaixadora em declarações aos jornalistas, durante uma cerimónia de comemoração do 75.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Nas últimas semanas, as Nações Unidas negociaram com Israel a abertura, em Kerem Shalom, de um segundo ponto de entrada de ajuda humanitária a Gaza, depois de quase dois meses em que apenas funcionou o de Rafah, entre o Egito e a Faixa de Gaza.

A embaixadora fez estas declarações sobre a ajuda humanitária a Gaza depois de criticar a intervenção no evento comemorativo da ONU do ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano, Riad al Maliki.

"Mais uma vez, ele não conseguiu dizer uma palavra sobre o Hamas e as atrocidades que cometeu em 07 de outubro", dia em que o grupo islamita palestiniano atacou Israel, lamentou a representante israelita na ONU.

"Na verdade, a Autoridade Nacional Palestiniana há anos que protege esta organização terrorista na arena multinacional", acrescentou.

Al Maliki aproveitou a sua participação nas comemorações para sublinhar que o sistema internacional de direitos humanos construído em 1948, após a Segunda Guerra Mundial, "foi destruído em Gaza", ao ter sido dado "tratamento especial" a Israel e permitido os seus crimes atrozes.

"O progresso que pensávamos ter sido alcançado em 75 anos não é convincente quando escolas, mercados e hospitais são transformados em valas comuns, quando 8.000 crianças são assassinadas em Gaza e centenas de milhares de outras ficam órfãs", afirmou o chefe da diplomacia palestiniana.

A guerra entre Israel e o Hamas começou em 07 de outubro, quando grupo islamita atacou, de surpresa e com uma força inédita, o território israelita, matando, segundo as autoridades de Telavive, 1.200 pessoas, na sua maioria civis, e fazendo mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel tem bombardeado Gaza e bloqueou a entrada de bens essenciais como água, medicamentos e combustível.

Embora os dois lados tenham feito uma trégua de alguns dias para troca de prisioneiros e reféns, bem como para permitir o acesso de ajuda humanitária, os últimos dados atualizados das autoridades de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007, apontam para mais de 18 mil mortos no enclave palestiniano.